As autoridades da Austrália estão a investigar a responsabilidade de funcionários de dois hotéis pelo novo surto que surgiu no país, por alegadamente terem tido relações sexuais com os hóspedes que estavam em quarentena e por não cumprirem as normas de segurança exigidas, avançou na quinta-feira a estação de televisão australiana ABC.

Os suspeitos, que trabalhavam nos hotéis Stamford Plaza e Hydges, já estavam infetados e as autoridades acreditam que as regras de segurança não foram cumpridas. Isto é, os funcionários terão tido relações sexuais com os hóspedes que estavam em confinamento e permitiram que as famílias circulassem entre os quartos. Os hotéis são ainda acusados de falta de formação aos seguranças. Só no caso do Stamford Plaza, em Melbourne, o número de infetados chega aos 31, segundo a ABC.

O primeiro-ministro australiano, Daniel Andrews, anunciou na quinta-feira que vai financiar esta investigação com três milhões de dólares e assumiu a culpa face ao novo surto, avançou a CNN. “A responsabilidade é minha, é claro que sim”, confessou à ABC. “Sou o líder do Governo”, disse.

Também Greg Hunt, o ministro da saúde australiano, se pronunciou, garantindo que será feita uma investigação “completa” e afirmando que é necessário “garantir que estes sistemas [de utilização de hotéis para acolher pessoas] sejam à prova de ruturas”. Segundo Greg Hunt, mais de 60 mil australianos passaram pelo sistema de quarentena em hotéis na Austrália.

Quem chega ao país tem de realizar uma quarentena obrigatória de 14 dias em hotéis, que são geridos pelo Governo. Face ao novo surgimento de casos da Covid-19, o Executivo determinou que mais de 30 subúrbios de Melbourne voltassem a partir desta sexta-feira ao terceiro nível de restrições para controlar a pandemia. Tal significa que os residentes têm de permanecer confinadas aos respetivos domicílios, com exceção para idas às compras, consultas médicas, trabalhar ou fazer desporto.

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