A Quercus apelou esta sexta-feira à reutilização dos sacos de plástico e ao seu correto encaminhamento para reciclagem, bem como à adoção de materiais reutilizáveis nas práticas do dia a dia, como as máscaras comunitárias.

No Dia Internacional sem Sacos de Plástico, que se assinala esta sexta-feira, a associação lembra que à crise climática se junta “uma brutal crise económica”, decorrente da pandemia Covid-19, e que é fundamental acelerar a transição “para o modelo de economia mais circular”, onde se valorizam mais os recursos, minimizando o seu consumo, reutilizando e fazendo o encaminhamento correto dos resíduos.

Em comunicado, a Quercus destaca que a introdução de uma taxa por cada saco de plástico em Portugal, a partir de 2015, provocou uma forte mudança dos hábitos dos portugueses e que esta medida levou à redução em cerca de 50% no consumo de sacos de plástico nos supermercados.

“Ainda assim é necessário não descuidar este hábito, reutilizando ainda mais os sacos e optando por adquirir, apenas quando estritamente necessário, aqueles que incorporem ou sejam 100% compostos por plástico reciclado”, insiste.

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Repetindo a frase de que “em 2050 provavelmente teremos mais plástico do que peixe no Oceano”, a Quercus defende que é importante não esquecer que a crise climática está longe do fim e que a poluição marinha “já afeta diretamente as pessoas através dos alimentos que ingerem e da sua crescente incapacidade de absorver o CO2 que é produzida em excesso”. “Esta incapacidade é o efeito das pressões exercidas por nós, seres humanos, através do consumo excessivo de recursos e dos comportamentos adotados”, acrescenta.

Além do apelo à reutilização de sacos de plástico e ao seu correto encaminhamento para reciclagem, a Quercus apela igualmente à adoção de materiais reutilizáveis nas práticas do dia a dia, como a utilização de máscaras comunitárias e a opção por recipientes reutilizáveis para take away, “contrariando as tendências que durante a atual situação de pandemia se prevê relativamente ao consumo de descartáveis”.

“Estima-se que a cada minuto se despeje no mar o equivalente a um camião cheio de lixo de plástico, onde se pode encontrar objetos tão diversos como garrafas de água e refrigerantes, copos, garfos, facas, pratos, colheres de café, cotonetes, sacos dos mais diversos tipos, redes de pesca, beatas e esferovite”, recordam os ambientalistas.

Cerca de 80% destes materiais em plástico – sublinham – “são resultado de produtos consumidos em terra e muitos abandonados fora de qualquer contentor, ou nas areias das praias, voando até os rios e mares”.

A Quercus frisa que os números “falam por si e são assustadores”, lembrando que a ONU estima que a cada ano sejam lançados para os oceanos oito milhões de toneladas de plástico.

“E todos somos responsáveis por isso”, insiste a associação, pedindo uma mudança de paradigma.