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Gabriel, um Pensador que compõe, dá o tom e ainda toca a música (a crónica do Benfica-Boavista)

Este artigo tem mais de 3 anos

Fez duas assistências, marcou um golo, foi o elemento fulcral para uma vitória importante. Gabriel foi o maestro de um Benfica pós-Lage que venceu o Boavista e superou as duas derrotas anteriores.

O médio brasileiro marcou pela terceira vez esta temporada
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O médio brasileiro marcou pela terceira vez esta temporada

LUSA

O médio brasileiro marcou pela terceira vez esta temporada

LUSA

Um ano e quase seis meses. Um percurso que começou como interino e passou a efetivo. Uma Liga em formato conto de fadas e uma Supertaça. Uma entrada por uma porta desconhecida que se tornou um pedestal e acabou numa saída pela porta mais pequena. Uma era pós-Rui Vitória e Jorge Jesus, pós-tetra e de confirmação de uma reconquista que não terá seguimento. Este sábado, no Estádio da Luz, o Benfica realizava o primeiro jogo já sem Bruno Lage no comando da equipa — o homem que sempre disse que sairia quando deixasse de “ser solução”.

Esse momento terá aparecido na Madeira, depois da derrota com o Marítimo. Lage colocou o lugar à disposição, Luís Filipe Vieira surgiu na conferência de imprensa a garantir que iria ponderar a própria continuidade e o treinador já não orientou o treino do dia seguinte. E com nomes como Jorge Jesus, Marco Silva, Mauricio Pochettino e até Unai Emery a gravitarem a Luz, era Nélson Veríssimo, até aqui adjunto de Bruno Lage, que orientava a equipa este sábado contra o Boavista.

Ficha de jogo

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Benfica-Boavista, 3-1

30.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Jardel, Nuno Tavares, Weigl, Gabriel (Samaris, 79′), Pizzi (Jota, 90+1′), Chiquinho, Cervi (Rafa, 72′), Seferovic (Vinícius, 72′)

Suplentes não utilizados: Svilar, Zivkovic, Dyego Sousa, Tomás Tavares, Ferro

Treinador: Nélson Veríssimo

Boavista: Helton Leite, Carraça, Dulanto, Ricardo Costa, Marlon, Paulinho, Obiora, Gustavo Sauer (Luís Santos, 85′), Alberto Bueno (Yusupha, 59′), Fernando Cardozo (Mateus, 59′), Cassiano (Stojiljkovic, 73′)

Suplentes não utilizados: Bracali, Reisinho, Tomás Reymão, Idris

Treinador: Daniel Ramos

Golos: André Almeida (13′), Pizzi (31′), Gabriel (42′), Dulanto (64′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Cassiano (41′), a Obiora (62′), a Nuno Tavares (63′)

A seis pontos da liderança do FC Porto e com o segundo lugar a ser empiricamente ameaçado pelo bom momento do Sporting, transparecia a ideia de que a mudança de treinador a cinco jornadas do fim da temporada teria um de apenas dois destinos: ou era a chicotada necessária para agitar as águas e mudar o rumo da equipa, assim como Lage fez quando rendeu Rui Vitória; ou era uma assunção problemática de que o grupo não está a funcionar bem e a época está praticamente perdida e entregue a um comando interino até ao fim. O início de um desses dois destinos acontecia, precisamente, este sábado contra o Boavista.

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Depois de dizer na antevisão que “não há muito para mudar em quatro dias”, Nélson Veríssimo não deixou de fazer uma alteração significativa face ao último onze de Lage, na Madeira: tirou Carlos Vinícius, titular contra o Marítimo, e voltou a apostar em Seferovic, melhor marcador da Liga na temporada passada. Além disso, o técnico interino encarnado fazia as duas mudanças esperadas, reintegrando Rúben Dias e Gabriel nas opções iniciais, os dois jogadores que cumpriram castigo na jornada anterior e foram substituídos por Ferro e Samaris. Cervi e Chiquinho, por outro lado, mantinham a titularidade, enquanto que Rafa voltava a começar na condição de suplente depois de já o ter sido contra o Marítimo e Taarabt continuava lesionado.

O Boavista começou melhor na Luz, dominou os 10 minutos iniciais da partida e até foi o primeiro a rematar. O Benfica entrou adormecido, tal como tem acontecido nos últimos jogos, e estava a sucumbir à pressão elevada que os axadrezados estavam a exercer na primeira zona de construção encarnada. A equipa de Daniel Ramos não conseguia entrar no último terço do meio-campo adversário mas tinha muita facilidade em controlar a posse de bola e deixar o Benfica preso na própria metade do relvado, sem permitir espaços e sem cometer erros de transição que criassem vazios. Ainda assim, e um pouco contra a corrente do jogo, o golo acabou por aparecer na baliza do Boavista — de forma inesperada, na primeira vez que o Benfica chegou à baliza adversária e graças a um erro de Helton Leite.

Gabriel abriu, de forma perfeita, da esquerda para a direita, onde André Almeida apareceu na grande área. Helton Leite saiu da baliza e chocou com o lateral direito encarnado, que nunca desistiu do lance e acabou por conseguir rematar já em esforço e quase sem ângulo para abrir o marcador (13′). O golo teve um efeito galvanizador na equipa orientada por Nélson Veríssimo — e um efeito contrário no Boavista — e o Benfica procurou de imediato aumentar a vantagem, ao invés de resguardar apenas a posse de bola como vinha a fazer nas últimas jornadas. Sempre assentes na boa exibição de Gabriel, que era um autêntico pêndulo no meio-campo da equipa, os encarnados exploravam principalmente a faixa central e as variações de corredores, numa dinâmica que não permitia ao Boavista sair de forma apoiada e tornou o jogo uma situação de sentido único absoluto.

Depois de três defesas importantes de Helton Leite — a tentativas de Seferovic (19′ e 29′) e Chiquinho (31′) –, o Benfica conseguiu aumentar a vantagem por intermédio do primeiro golo de cabeça que Pizzi fez desde que chegou à Luz. Mais uma vez, foi Gabriel a abrir da esquerda da direita e a procurar as costas da defesa, onde o médio encarnado apareceu sozinho a cabecear para voltar a bater o guarda-redes axadrezado (31′). Até ao fim, o Boavista ainda colocou a bola no interior da baliza de Vlachodimos (40′), com o lance a ser anulado por fora de jogo de Dulanto, e Gabriel ainda foi a tempo de também inscrever o nome na lista de marcadores, com um bom remate em posição frontal e à entrada da grande área (42′). Na ida para o intervalo, o Benfica ganhava sem qualquer ressalva, apesar dos sofríveis 10 minutos iniciais, e Gabriel ia sendo o grande maestro da equipa, com duas assistências, um golo e a liderar em passes para finalização, passes longos certos, desarmes, interceções e recuperações de bola.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Boavista:]

Na segunda parte, sem que nenhum dos treinadores tenha feito qualquer alteração, o Benfica procurou controlar a posse de bola logo à partida e criar raízes no meio-campo adversário, não permitindo qualquer espaço ao Boavista. Helton Leite voltou a evitar que o resultado engordasse, com duas defesas a um remate de Pizzi (49′) e outro de Seferovic (58′), e Daniel Ramos decidiu mexer na equipa ao passar da hora de jogo. Entraram Mateus e Yusupha e os axadrezados agitaram, aproveitando uma maior apatia que entretanto se tinha instalado entre os jogadores encarnados.

O Boavista conseguiu mesmo reduzir a desvantagem por intermédio de um bom golo de Dulanto, que apareceu sem marcação ao segundo poste na sequência de um livre batido por Carraça a rematar de primeira por cima de Vlachodimos (64′). Yusupha ainda aproveitou o embalo do golo marcado para obrigar o guarda-redes encarnado à primeira defesa do jogo, depois de um remate rasteiro (68′), mas o Benfica conseguiu voltar a tomar conta da partida e não acusou emocionalmente a redução da desvantagem, procurando até engordar novamente o resultado.

Até ao fim, Veríssimo ainda tirou Seferovic e Cervi para lançar Vinícius e Rafa e o Benfica soube controlar a vantagem e não entrar em desvarios emocionais, algo que tem acontecido com regularidade nas últimas partidas. O avançado brasileiro ainda marcou, depois de um cruzamento de Nuno Tavares, mas o lance foi anulado pelo VAR devido a fora de jogo. Os encarnados voltaram às vitórias, interromperam a série de duas derrotas consecutivas e encurtaram, ainda que provisoriamente, para três pontos a diferença em relação ao FC Porto. Para isso, e além do abanão óbvio que provoca uma mudança de treinador, foi fulcral Gabriel — que, principalmente na primeira parte e até sentir fadiga com o passar dos minutos, foi o maestro que jogou e fez jogar e desbloqueou um encontro que nos instantes iniciais trouxe fantasmas de volta à Luz.

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