Depois de, em 2016, ter dito que eleger Donald Trump era o mesmo que pô-lo (a ele próprio, Stevie Wonder, cego desde criança) a conduzir um automóvel, o músico norte-americano voltou a atacar o presidente dos Estados Unidos, desta vez por causa dos seus comentários racistas.

Sem referir o nome de Trump — mas falando, por vezes, na “figura mais alta da nação”, Wonder usou o Twitter para, num vídeo, denunciar o racismo sistémico, a violência policial e a “repressão económica dos negros”, apelando a que os norte-americanos façam mais do que falar — ajam.

Movam mais do que as vossas bocas. Movam os vossos pés para as urnas e usem as vossas mãos para votar”, insistiu.

No monólogo publicado no final de junho — e numa referência direta a declarações de Donald Trump —, Stevie Wonder lembrou que há quem se tenha referido aos manifestantes pacíficos que saíram às ruas no movimento “Black Lives Matter” como “delinquentes” e aos imigrantes como “violadores”.

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E sobre o berço da civilização, África, eu ouvi este comandante supremo chamar-lhe ‘S-H-I-T hole’. Uau!”, acrescentou, indignado.

O músico insistiu que é claro que todas as vidas interessam, independentemente da cor da sua pele, mas que isso só pode acontecer se as vidas das pessoas negras também forem importantes para todos.

Isto não é mais uma tendência ou momento digital, viral ou hashtag. Isto tem de ser o princípio de um fim para esta porcaria.”

Wonder diz que acredita que os que pensam desta forma vão acabar por arrepender-se, mas insiste que é preciso agir rapidamente contra o racismo, nomeadamente nas próximas eleições. “É um dia triste quando eu consigo ver melhor que a vossa visão 20/20 [termo usado para descrever uma visão perfeita]”, concluiu.