As remunerações aos bombeiros integrados no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), referentes a junho, estão atrasadas, mas o Ministério da Administração Interna diz que vão ser liquidadas o mais rápido possível.

Numa resposta enviada à agência Lusa, após uma denuncia feita pela Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil, de que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) não liquidou a remuneração das equipas de bombeiros que fazem parte do DECIR, o ministério admitiu os constrangimentos financeiros, mas prometeu resolver o problema “com a máxima brevidade possível”.

“No âmbito dos pagamentos devidos aos Bombeiros que integraram o DECIR em junho, e fruto de constrangimentos administrativo-financeiros que não são habituais, não foi possível garantir os processamentos indispensáveis para que os mesmos fossem feitos no tempo previsto”, refere o Ministério da Administração Interna (MAI).

Na resposta, a tutela lamenta o facto e garante que está a desenvolver todas as diligências para que “possa ser regularizada, com a máxima brevidade possível, permitindo que os 4.107.960 euros possam ser transferidos a todos os operacionais do DECIR”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil considera o atraso uma “situação deplorável que devia estar previamente acautelada” na fase de pandemia em que o país se encontra.

“Este episódio, aliado a muitos outros, vem comprovar o estado em que os bombeiros de Portugal se encontram, neste caso concreto, a falta de resposta, de cuidado e essencialmente falta de planeamento”, lê-se no comunicado enviado à agência Lusa.

A associação publicou ainda uma nota da ANEPC enviada às Associações Humanitárias e aos Corpos de Bombeiros a dar conta dos atrasos nos pagamentos dos encargos e a lamentar a situação devido ao “impacto que o mesmo terá nas referidas entidades e em todos os operacionais que integraram aquele dispositivo”.

Desde quarta-feira passada que os meios de combate aos incêndios florestais foram reforçados, passando o dispositivo a estar na sua capacidade máxima, sendo o grande desafio conciliar esta época mais crítica em fogos com a resposta à pandemia de covid-19.