O Banco Mundial aprovou esta terça-feira um financiamento de 245 milhões de dólares para apoiar a construção de infraestruturas na África Austral e Oriental, salientando que é a primeira iniciativa do género no continente africano.

“O projeto de financiamento da infraestrutura regional pretende expandir o financiamento de longo prazo às empresas privadas em determinadas infraestruturas no setor energético, bem como nos transportes, logística e área social”, lê-se num comunicado distribuído pelo banco esta terça-feira.

Com um valor de cerca de 217,5 milhões de euros, este instrumento financeiro será gerido pela Associação para o Desenvolvimento Internacional (IDA, na sigla em inglês) e é explicado pela “fraca infraestrutura nestas duas regiões, especialmente no setor energético”, cuja capacidade de produção é de apenas 20 a 30% das necessidades.

“Este défice causa uma perda de cerca de 2% em crescimento do PIB na maioria dos países, impedindo que uma grande parte da população aceda a energia”, aponta-se no comunicado, que salienta que “o forte financiamento público das infraestruturas contribui para o aumento da vulnerabilidade à dívida e, mesmo antes do surto de Covid-19, quase metade dos países da região enfrentava uma dívida problemática”.

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A operação agora lançada vai ajudar a lidar com a diferença de financiamento na região e “estará focada no setor privado, com o objetivo de mobilizar mais 975 milhões de dólares (864 milhões de euros) em financiamento privado, além dos fundos providenciados pela IDA”, disse a diretora para a Integração Regional na África subsaariana do Banco Mundial, Deborah Wetzel, citada no comunicado.

“Esta é a primeira vez que a IDA e a Agência Multilateral de Garantia de Investimento (MIGA, na sigla em inglês) estão a apoiar um banco de desenvolvimento regional”, no caso o Banco de Desenvolvimento Comercial, aponta-se ainda no comunicado.

A IDA é a instituição do Banco Mundial vocacionada para ajudar os países mais pobres; estabelecida em 1960, oferece empréstimos sem juros para projetos e programas que potenciem o crescimento económico, reduzam a pobreza e melhorem a vida das pessoas.

A IDA, diz o Banco Mundial, é uma das principais fontes de assistência para os 76 países mais pobres do mundo, 39 dos quais estão em África, apoiando-os com cerca de 21 mil milhões de dólares por ano, cerca de 18,6 mil milhões de euros, dos quais mais de 60% vão para países africanos.