A leitura da sentença do homem de 61 anos acusado de matar o irmão com uma facada no coração, no Funchal, foi adiada esta terça-feira pelo Tribunal da Madeira, devido a uma “alteração da matéria de facto” constante da acusação.

O juiz Filipe Câmara, presidente do coletivo, indicou que a alteração se baseia em depoimentos do inspetor da Polícia Judiciária responsável pela investigação do crime, ocorrido em setembro de 2019, bem como no relatório da autópsia à vítima e outras perícias. A leitura do acórdão foi adiada para 14 de julho às 14h.

Os advogados de defesa, que pedem a absolvição do arguido, alegando que este agiu em legítima defesa, dispõem agora de uma semana para analisar os novos factos, que remetem para uma intenção deliberada de cometer o crime. Durante o julgamento, o arguido negou essa intenção, explicando que o crime ocorreu na sequência de discussões com o irmão, de 48 anos, em casa da mãe, onde ambos viviam.

O alegado homicida disse também ter passado “seis meses de terror” devido ao consumo excessivo de drogas por parte do irmão, sublinhando que este o ameaçava de morte todos os dias. O Ministério Público sustenta que no dia do crime, o arguido, um viúvo, técnico de informática superior, “agarrou numa chaleira com água a ferver e atirou ao irmão”, provocando-lhe “queimaduras de segundo grau” em várias partes do corpo, e “decidiu matá-lo” com uma faca.

A alteração da matéria de facto, comunicada pelo juiz Filipe Câmara esta terça-feira, vem reforçar a posição da acusação, sendo referido que o arguido, ao desferir o golpe no coração do irmão, terá dito “nunca mais te metes comigo” e “não estavas à espera”.

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