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Lito chegou mas a hora está ainda mais apertada – e a reação de Sílvio no vermelho contou isso mesmo (a crónica do Desp. Aves-V. Setúbal)

Este artigo tem mais de 3 anos

Em dez minutos, o Desp. Aves teve um penálti e marcou, o V. Setúbal teve um penálti e falhou. Tentou tudo depois, com uma bola no poste pelo meio, mas perdeu. E a missão de Lito complicou-se (1-0).

Zequinha, Semedo e Sílvio, os três capitães, estiveram ao lado de Lito Vidigal na apresentação do novo técnico na terça-feira
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Zequinha, Semedo e Sílvio, os três capitães, estiveram ao lado de Lito Vidigal na apresentação do novo técnico na terça-feira

Octavio Passos

Zequinha, Semedo e Sílvio, os três capitães, estiveram ao lado de Lito Vidigal na apresentação do novo técnico na terça-feira

Octavio Passos

Como jogador, destacou-se sobretudo no Campomaiorense e no Belenenses, entre passagens por outros clubes do Alentejo e o Santa Clara no final da carreira. Como técnico, começou no histórico Elvas, passou por Portosantense, Pontassolense e Ribeirão, deu o salto para outros patamares entre E. Amadora, Portimonense e U. Leiria. Seguiu-se a experiência no estrangeiro, entre seleção de Angola e o Al Ittihad da Líbia (mais tarde treinou também o Maccabi Telavive, de Israel), antes do regresso a Portugal via Belenenses, Arouca e Desp. Aves. Ao longo de década e meia nos bancos como treinador, Lito Vidigal foi subindo patamares em termos de escalões e objetivos desportivos entre alguns dos “não grandes” com maior percurso no futebol nacional. Em 2018, depois de um trajeto que teve ainda a particularidade de nunca ter estado mais do que dois anos no mesmo sítio, chegou a Setúbal.

“Estou aqui hoje a concluir um sonho de treinador, sempre ambicionei treinar o V. Setúbal. Estou muito feliz por estar aqui”, salientou nesse verão, explicando o porquê dessa ambição. “Enquanto jogador tive três treinadores que sempre me falaram com muito carinho do Vitória. Carlos Cardoso, que foi o meu primeiro treinador sénior, o mister Quinito e o Mourinho pai [Mourinho Félix] passaram-me sempre a mensagem e sentimento de grandeza do Vitória e isso ficou colado a mim”, pormenorizou, dizendo que queria dar continuidade ao bom trabalho de José Couceiro dentro da filosofia dos sadinos: “É importante criar uma mescla de identidade para o nosso jogo que se enquadre na mentalidade dos setubalenses e vitorianos. Como? Acima de tudo ganhar. Não adianta termos bola se não conseguirmos ganhar. A nossa mentalidade tem de ser sempre a mesma”.

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Nas primeiras 11 jornadas de 2018/19, o V. Setúbal conseguiu cinco vitórias, ocupava o sétimo lugar e estava só a um ponto do quinto classificado, o V. Guimarães. A partir daí, quebrou com uma série de dois empates e cinco derrotas, desceu para o 13.º posto e saiu – ainda que não por muito tempo por pouco depois estava a agarrar no Boavista, onde começou a presente temporada até ser substituído por Daniel Ramos. Agora, e no meio de uma crise de resultados como aquela que se viveu no ano passado (os sadinos estiveram 15 encontros sem ganhar na Liga, agora vão nos 12), aceitou o repto para comandar a equipa nas últimas (e complicadas) quatro jornadas.

“O Vitória Futebol Clube informa que Lito Vidigal é o novo treinador da equipa principal de futebol. O técnico, de 50 anos, aceitou o convite e, num espírito de coragem e gratidão para com o clube, decidiu regressar para comandar os destinos vitorianos nas quatro jornadas que restam da Liga NOS, tendo em vista o grande objetivo da época desportiva: a manutenção. O líder da nova equipa técnica já orientou a sessão de trabalho desta segunda-feira, em Lousada, local do estágio de preparação para o encontro frente ao Desp. Aves”, anunciou o clube através das suas redes sociais, depois do primeiro treino, e ainda antes da conferência de imprensa que juntou não só treinador e presidente mas também os capitães de equipa e demais responsáveis do futebol.

“Malditos sejam aqueles que se negam aos seus em horas apertadas”, destacou Lito Vidigal, pedindo “seriedade, rigor e exigência” para garantir a permanência e uma equipa “a pensar de forma coletiva”. “Aceitei este desafio pela grandeza do Vitória. Acredito nos jogadores e vim para sofrer por eles e com eles. O momento é muito difícil e duro mas tenho confiança. Temos de estar todos em sintonia. O principal será sofrer uns pelos outros, pela história e grandeza do Vitória porque assim a probabilidade de vencer é maior”, frisou no lançamento de 20 dias fulcrais para travar a queda a pique da equipa na classificação para conseguir fugir a um cenário de descida. “O que é que o salário vale no momento que o Vitória está a passar? Não há dinheiro que pague, temos é de ter sorte e trabalhar para conseguirmos a permanência. O futuro é amanhã [quarta-feira] e temos de pensar no jogo difícil frente ao Desp. Aves, clube que tenho orgulho de também já ter representado. Não vale a pena fazer contas”, rematou.

Depois das duas vitórias consecutivas frente a Belenenses SAD e Tondela na viragem da primeira para a segunda volta (segunda vez que a equipa alcançou esse registo), o V. Setúbal nunca mais ganhou – e esse último encontro foi já a 26 de janeiro. Daí para cá, antes e depois da pandemia, cinco empates e sete derrotas, quatro das quais seguidas e nas últimas jornadas com Boavista, Rio Ave, V. Guimarães e P. Ferreira, esta já com Meyong como líder interino após ter estado a ganhar por 2-0. Agora, com o Portimonense a recuperar e um calendário complicado pela frente (Famalicão em casa, Sporting fora e Belenenses SAD em casa), o encontro na Vila das Aves contra uma formação que matematicamente já está despromovida era quase “o jogo da época” para os sadinos mas foram os visitados, que não ganhavam há mais de cinco meses (início de fevereiro), a conseguiu o triunfo (1-0).

Ficha de jogo

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Desp. Aves-V. Setúbal, 1-0

31.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Clube Desportivo das Aves, na Vila das Aves

Árbitro: João Bento (AF Santarém)

Desp. Aves: Aflalo; Jaílson, Buatu, Diakhité, Afonso Figueiredo; Falcão, Rúben Oliveira (Bruno Morais, 90+7′); Varela (Rúben Macedo, 90+3′), Reko (Estrela, 84′), Mohammadi (Banjaqui, 84′) e Marius (Pedro Soares, 90+3′)

Suplentes não utilizados: Szymonek, Cláudio Tavares, Bruno Lourenço e Boateng

Treinador: Nuno Manta Soares

V. Setúbal: Makaridze; Pirri, Artur Jorge (Artur Jorge, 46′), Jubal, Sílvio; Semedo (Montiel, 79′), Nuno Valente (Alex, 46′); Berto (Leandrinho, 66′), Éber Bessa, Mansilla e Hachadi (Mathiola, 55′)

Suplentes não utilizados: João Valido, João Meira e Leandro Vilela

Treinador: Lito Vidigal

Golo: Mohammadi (4′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Diakhité (6′ e 74′), Artur Jorge (15′), Rúben Oliveira (16′), Sílvio (41′ e 80′), Jaílson (44′), Mathiola (59′) e Banjaqui (85′); cartão vermelho por acumulação a Diakhité (74′) e Sílvio (80′)

Por aí, era impossível ter pior início mas era também impossível ter melhor forma de corrigir. Expliquemos: logo no terceiro minuto do encontro, Hachadi agarrou Marius na área após um canto e Mohammadi, a revelação desta equipa do Desp. Aves na presente temporada, não facilitou e inaugurou o marcador; pouco depois, Diakhité teve um cálculo errado num corte, acertou em Éber Bessa na área mas Nuno Valente, ao contrário do que acontecera antes, permitiu a defesa de Aflalo (7′). Essa acabaria por ser a grande diferença ao longo de uma primeira parte com poucos motivos de interesse, jogada a um ritmo lento e sem que os sadinos se conseguissem adaptar a uma nova fórmula ofensiva com Lito Vidigal, o que fez arrastar o 1-0 de forma inevitável até ao intervalo.

Ao intervalo, Lito Vidigal reforçou a equipa com André Sousa, que teve uma boa entrada, e Alex, um ala que ficou bem aberto na esquerda e que permitiu que Mansilla pudesse jogar por terrenos mais interiores. Essa acabou por ser a chave da melhoria do V. Setúbal, com o argentino a acertar no poste logo aos 49′ e, na jogada seguinte, a fazer um cruzamento cortado pela defesa contrária que por pouco não se transformou em autogolo. Os avenses tinham baixado de vez as linhas e, sem capacidade de saída, tentavam sobretudo aguentar a vantagem, missão que ficou mais complicada quando Diakhité viu o segundo amarelo em mais uma entrada despropositada (74′).

Tendo perdido por lesão a referência ofensiva Hachadi, substituído por Mathiola, o novo técnico dos sadinos arriscou tudo quando trocou Semedo por Montiel a 11 minutos do final mas uma imprudência de Sílvio, que tinha ficado com a braçadeira de capitão, colocou de novo o jogo em igualdade numérica. O lateral argumentou vezes sem conta que não tocou em Marius, pediu por repetidas ocasiões a intervenção do VAR mas só o ímpeto com que tentou ir à bola dava pouca margem para outro final. Sílvio, um jogador reconhecido pela calma e pelo fair play em campo, ia trocando palavras azedas com os adversários, correu para fora quando chegou a confirmação do vermelho, ainda deu um pontapé numa garrafa de água à saída (pedindo desculpa a quem estava atrás dos painéis publicitários e foi alvo da sua frustração) e ficou de cabeça baixa à entrada do túnel de acesso ao balneário. O V. Setúbal marcaria um golo bem anulado mas aquele lance de Sílvio e a sua frustração explicavam tudo – a forma como os sadinos falharam na primeira final e a maneira como podem encarar as restantes finais.

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