O PAN entregou esta quinta-feira um projeto de resolução no qual recomenda ao Governo a continuação das reuniões sobre a evolução da pandemia de Covid-19 em Portugal, que juntam políticos e especialistas na sede do Infarmed, em Lisboa.

Na iniciativa – que não tem força de lei – o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) pede ao Governo liderado pelo socialista António Costa que “seja dada continuidade à realização destas reuniões, reajustando o atual modelo às condições e necessidades de cada momento”.

O PAN recomenda igualmente que o executivo “consolide este fórum de informação e discussão como uma oportunidade efetiva de articulação entre a comunidade científica, a esfera política e todos os cidadãos e cidadãs” e que “torne públicas as informações e documentos sobre a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal produzida pela equipa de especialistas do Ministério da Saúde”.

Em comunicado, a deputada Bebiana Cunha assinala que “o Governo deve apostar na continuidade das sessões, em periodicidade a definir e com a correção das lacunas eventualmente identificadas”, destacando que a importância da “articulação entre a comunidade científica, os partidos políticos e todos cidadãos e cidadãs”.

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Não é suficiente a garantia que o Governo veio entretanto ‘anunciar’ – em jeito de ‘penso rápido’ procurando corrigir a falha em que incorreu ao dar por terminadas as reuniões sem ter havido uma discussão ou comunicação prévias -, de que o parlamento continuará a receber os dados sobre esta matéria”, salienta a parlamentar.

No final da décima reunião do Infarmed, que decorreu na quarta-feira, o Presidente da República deu por terminadas estas sessões com especialistas e políticos, pelo menos para já, e defendeu que este foi um exercício de transparência sem paralelo que valeu a pena.

Terminamos hoje uma experiência de vários meses, iniciada no final de março em pleno estado de emergência”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.

Esta decisão foi criticada pelos partidos e, mais tarde, o primeiro-ministro afirmou que as reuniões com epidemiologistas no Infarmed, em Lisboa, vão continuar, mas não foi marcada a seguinte porque a situação pandémica no país está estabilizada e não há informação relevante nova para partilhar.

Aos jornalistas, António Costa admitiu que uma nova reunião possa ter lugar até ao final deste mês.

Depois, justificando a razão de não se saber a data da próxima reunião com os epidemiologistas, o chefe de Governo observou que o Presidente da República “explicou bem” o que se está a passar, adiantando, a este propósito, que, em termos de evolução da pandemia da Covid-19, “o país encontra-se numa situação estável”.

Costa classificou em seguida como “úteis” as dez reuniões já realizadas no Infarmed e salientou que “é fundamental a prática de fiabilidade dos dados, total transparência e partilha dos dados com todos os responsáveis político”