É uma guerra aberta no PSD em Sintra. A concelhia do PSD/Sintra não se revê no comunicado dos vereadores do PSD que levou o presidente da autarquia, Basílio Horta, a apresentar uma queixa-crime contra Marco Almeida e Andreia Bernardo. Tudo começou quando estes dois vereadores eleitos pela lista do PSD emitiram um comunicado a 30 de junho, onde denunciaram que “câmara de Sintra ocultou caso de Covid-19” e “expôs munícipes à doença”. A 7 de julho, por proposta do presidente da autarquia, a câmara deliberou apresentar junto do Ministério Público uma participação. Já esta quinta-feira foi a vez da própria concelhia do PSD/Sintra se demarcar em comunicado das acusações feitas pelos vereadores do seu partido à autarquia. Marco Almeida diz ao Observador que a concelhia — com quem está em guerra permanente — só pretende impedir que seja candidato em 2021.

O comunicado da estrutura liderada por Ana Isabel Valente diz que “a concelhia do PSD de Sintra, eleita pela maioria dos militantes de Sintra, não assume qualquer responsabilidade” pelo comunicado dos dois vereadores eleitos pelo PSD “e não se revê em qualquer atuação que, de alguma forma, mesmo que indirecta, ponha em causa o direito à reserva da vida privada, mormente em questões de saúde.”

A concelhia do PSD/Sintra — que está em guerra permanente com Marco Almeida e trava uma guerra há meses na jurisdição para que seja revertida a readmissão deste como militante — acusa o vereador de expor a privacidade da funcionária infetada ao referir que se tratava de uma “colaboradora do Gabinete de Apoio ao Munícipe“. No comunicado a criticar os próprios vereadores o PSD/Sintra adverte que “os funcionários do GAM são poucos e facilmente identificáveis e têm direito à sua privacidade, não devendo ser expostos”. E acrescenta: “A natureza sensível dos dados pessoais tem de ser protegida”.

Ao Observador, Marco Almeida diz que “as pessoas que estão na concelhia do PSD/Sintra são as mesmas que impediram” a sua candidatura em 2013, obrigando-o a concorrer como independente e a fazê-lo perder a câmara por 1%. Marco Almeida regista ainda que a concelhia tenta reverter a sua readmissão como militante, apesar do proponente dessa nova inscrição ter sido o próprio líder Rui Rio. Lembra ainda que “a primeira coisa que as pessoas que estão na concelhia fizeram em 2013 após terem 13% foi pedirem pelouros a Basílio Horta”.

Marco Almeida diz que “a maior parte dos membros da concelhia do PSD de Sintra estão dependentes de Basílio Horta, já são colaboradores diretos ou indiretos da autarquia”. Acrescenta ainda que “enquanto estiverem aquelas pessoas na concelhia o PSD estará em degradação” e que “o que os membros da concelhia querem é tentar impedir uma putativa candidatura minha em 2021, sobre a qual nem eu próprio decidi se seria candidato”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR