Depois de uma apresentação em Nova Iorque em fevereiro, em que não se previam as mudanças provocadas pela Covid-19, o Porto Pianofest foi ajustado para se realizar online com mais de 70 músicos, durante a primeira semana de agosto.

Para o diretor, o pianista Nuno Marques, “a parte mais divertida e diferente do festival este ano”, que marca a quinta edição, vai ser a “estreia” de dez vídeos musicais todos os dias no site do Porto Pianofest, de 1 a 8 de agosto, feitos por mais de 70 músicos profissionais da Europa e Estados Unidos, com várias intervenções ao vivo e em direto.

Vai ser tipo uma temporada de Netflix, em que libertamos episódios todos os dias e que ficam na nossa página”, disse Nuno Marques, que reside em Nova Iorque, à agência Lusa.

Este ano vão ser realizados dois concertos com a presença do público, na Reitoria da Universidade do Porto e no novo espaço World of Wine, em Vila Nova de Gaia, nos últimos dois dias do festival.

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Os concertos no Porto também vão ter transmissão na internet e com a apresentação, a partir de Nova Iorque, de Nuno Marques e da vice-diretora, Mariel Mayz, pianista e compositora norte-americana.

O diretor do festival considerou que o evento online de 1 a 8 de agosto será uma boa “forma de mobilizar artistas e de dar uma lufada de ar fresco”, atraindo público de todo o mundo, de forma gratuita, já que “a adesão tem sido tremenda”.

Convidámos cerca de 70 pianistas para estarem connosco e para nos enviarem uma gravação feita de propósito para este festival, de algo que os representasse enquanto músicos”, explicou o responsável, acrescentando que a única condição foi para os artistas escolherem “algo que mostre o melhor deles”.

Segundo o diretor, quando um músico publica a sua arte num perfil pessoal, nas redes sociais, as visualizações são limitadas, porque só chegam entre os seguidores daquele músico.

Vamos reunir toda a gente à nossa volta e vamos nós publicar isso, para que toda gente possa chegar a um público muito mais vasto”, declarou o pianista.

Os dias 2 e 3 vão ter mais transmissões em direto de concertos desde Nova Iorque e Chicago, seguindo-se, no dia 4, uma conferência ao vivo com o maestro Oscar Colomina i Bosch, de Madrid, sobre direção de orquestra e a sua experiência musical, que o levou à direção da prestigiada Escola Superior de Música Rainha Sofia.

A Reitoria da Universidade do Porto acolhe o concerto de jovens talentos no dia 7 de agosto, com “dois pianistas jovens brilhantes” da cidade portuguesa, com a presença de 20 a 30 pessoas, mas com transmissão ao vivo pela internet.

Damos sempre muito destaque à nova geração e a jovens que recebemos todos os anos”, disse o diretor.

O encerramento do festival vai ser marcado no dia 8 de agosto, sábado, com apresentação a partir de Nova Iorque e um concerto ao vivo em Vila Nova de Gaia, no World of Wine, um espaço novo que terá seis museus e nove espaços de restauração e cuja abertura está prevista até agosto.

O festival foi antecedido por uma gala em Nova Iorque em fevereiro, num salão da Yamaha, maior fabricante de instrumentos musicais do mundo, na Fifth Avenue, numa altura em que a Covid-19 ainda não tinha atingido a cidade.

Reunindo mais de 100 pessoas “à volta da cultura e da boa mesa portuguesa”, a gala, um dos últimos espetáculos realizados em Nova Iorque, “correu muito bem” e “foi um sucesso”, descreveu Nuno Marques à Lusa.

Passado pouco tempo, com o encerramento temporário da Casa da Música, no Porto, devido à pandemia, o festival deixou de ter um sítio fixo para a abertura e foi ajustado para passar a respeitar “as contingências e a distância” impostas.