O Ministério da Administração Interna (MAI) abriu um inquérito ao incêndio na Serra da Lousã e às circunstâncias da morte de um bombeiro neste fogo, que deixou ainda outros três  feridos.

A notícia foi avançada pelo Jornal de Notícias e confirmada pela Rádio Observador. Um bombeiro de 55 anos, chefe dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo, morreu num incêndio que começou este sábado, pelas 18h26.

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No mesmo teatro de operações, dois bombeiros do Corpo de Bombeiros Municipais da Lousã foram assistidos devido à inalação de fumo e um outro bombeiro do Corpo de Bombeiros de Miranda do Corvo sofreu ferimentos nos membros inferiores (queimaduras)”, lê-se numa nota da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), enviada este sábado à comunicação social.

O Observador confirmou, junto da Proteção Civil, que o bombeiro de Miranda do Corvo sofreu ligeiras queimaduras nos pés, tendo sido transportado para os Hospitais da Universidade de Coimbra, mas já teve alta médica. Os outros dois bombeiros da Lousã foram levados para o mesmo hospital e também já tiveram alta, acrescenta a Lusa.

O incêndio, que mobilizou 250 operacionais e 70 veículos, foi dado como dominado pelas 21h.

Um bombeiro morreu e outros três ficaram feridos num incêndio na Serra da Lousã

Proteção Civil: mudança de vento poderá ter cercado equipa de bombeiro

Este domingo, o comandante da Proteção Civil admitiu que possa ter sido uma mudança de vento a cercar a equipa do bombeiro de Miranda do Corvo que morreu a combater um incêndio na Lousã, mas reservou conclusões para depois dum inquérito.

Em conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Duarte da Costa indicou que o incêndio que matou um bombeiro e provocou ferimentos em três outros da corporação de Miranda do Corvo começou com uma trovoada seca e que, nessas condições, há “mudanças de vento repentinas nas camadas inferiores da atmosfera, junto ao chão”.

Rapidamente, num terreno que é muito difícil e com grande declive, poderá ter havido uma alteração de vento que levou a que o chefe José Augusto se visse na vicissitude de não conseguir sair da zona onde acabou por falecer. No entanto, vamos aguardar com calma e serenidade que sejam feitos todos os inquéritos pelas autoridades competentes como foi determinado pelo ministro da Administração Interna para que se tirem conclusões e se evitem situações destas”, declarou.

O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra já tinha avançado à Rádio Observador, na noite de sábado, que o incêndio na Serra da Lousã foi provocado por trovoada seca

Questionado sobre se a equipa de bombeiros terá estado vinte minutos a pedir ajuda, Duarte da Costa recusou “especular sobre o que sucedeu ou deixou de suceder”.

O chefe José Augusto, que morreu no sábado, “era um profissional de grande competência, muito conhecedor da área e já tinha combatido vários incêndios”, afirmou, salientando que “situações destas podem sempre ocorrer” e que o bombeiro de Miranda do Corvo “combateu como um soldado e combateu até ao fim”.

O incêndio deflagrou ao final da tarde numa encosta da Serra da Lousã, junto a um acesso ao Trevim, no concelho da Lousã (distrito de Coimbra), e a combatê-lo estiveram mais de 200 operacionais de corporações dos distritos de Coimbra e Leiria.

Duarte da Costa afirmou que o alerta especial amarelo por risco de incêndio se aplica a todo o país até à meia-noite deste domingo e que a partir dessa hora vigorará para os distritos de Beja, Castelo Branco, Évora, Faro, Guarda, Portalegre e Santarém. O resto do território nacional passará a alerta azul, mas este plano “poderá ser alterado a qualquer momento” por causa da previsão de aumento de temperatura para os próximos dias.

“De certeza que irá sair um novo estado especial de alerta”, previu, apelando à população para que não se faça fogo e a todos os agentes da Proteção Civil, dos bombeiros à Cruz Vermelha, para que “tenham sempre uma atitude protetora e protegida”.

Em relação à página da Proteção Civil na internet, inacessível deste terça-feira passada, afirmou que o problema é que não está a fazer, como devia, a leitura automática do sistema de gestão de operações.

No entanto, assegurou que “toda a estrutura operacional de acesso e gestão da informação está a funcionar a 100 por cento” para a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

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