Marques Mendes entende que “os delfins de António Costa andam especialmente ativos“, dando como exemplo as recentes declarações de Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, e Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas. O antigo líder do PSD considerou, no espaço de comentário da SIC, que os dois políticos estão a “marcar posições e fazer prova de vida para suceder ao primeiro-ministro“.

Na semana passada, notou Marques Mendes, “foi Fernando Medina a criticar as autoridades de saúde e indiretamente o Governo”, e esta semana “é Pedro Nuno Santos a divergir publicamente do próprio primeiro-ministro, em matéria de presidenciais e orçamento”. O comentador conclui, por isso, que “a ‘guerra’ da sucessão de António Costa já começou“.

Marques Mendes centrou a atenção em Pedro Nuno Santos, dizendo ser “legítimo” que ambicione “suceder a António Costa e dê sinais nesse sentido”, mas considerou “questionável que um Ministro venha publicamente divergir do seu primeiro-ministro“, porque “só vai envenenar a relação entre um e outro”.

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O antigo líder social-democrata acredita que António Costa “só pode ter ficado irritado”, porque “a ‘guerra’ da sucessão mina a autoridade do primeiro-ministro”. Se os eleitores acharem “que está de saída, deixa de ser respeitado como era antes”, afirmou Marques Mendes. Em todo o caso, considera ainda, “estão condenados a conviver até ao fim”, mesmo “em clima de ‘paz podre'”.

Acabar com debates quinzenais é “uma violência sobre os pequenos partidos”

No espaço de comentário da SIC, Marques Mendes criticou ainda socialistas e sociais-democratas por quererem terminar com os debates quinzenais. “Acabar com eles é uma ideia desastrosa, do PS e do PSD“, atirou Marques Mendes, porque “um Governo, qualquer que ele seja, trabalha tanto melhor quanto mais for fiscalizado pela oposição e quanto mais for espicaçado pelo Parlamento”.

Mas o social-democrata vai mais longe, dizendo mesmo que “é um abuso — uma espécie de abuso de posição dominante“; que seria “mau para o Parlamento, para a oposição e para o escrutínio do Governo”; mas sobretudo “uma violência sobre os pequenos partidos” — os que “mais perdem”, porque “a partir de agora, têm menos direitos e menos oportunidades”. “Nada disto não é bom para a democracia”, conclui.

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O político social-democrata sugere ainda um novo formato para as reuniões do Infarmed, porque “deixaram de ter utilidade”, retomando apenas em setembro: “Cada reunião seria focada num ou dois temas em concreto”; “a preocupação central seria a de os peritos fazerem aconselhamento ao Governo” e não descrever a situação; e os órgãos de comunicação social passariam a assistir às reuniões.

“Há coisas muito estranhas neste caso” da EDP

Marques Mendes diz não compreender os desenvolvimentos do caso EDP, depois de o Juiz Carlos Alexandre ter decidido suspender os líderes da EDP e da EDP Renováveis e proibi-los de entrar em todos os edifícios do grupo. “Há coisas muito estranhas neste caso“, afirmou no espaço de comentário da SIC.

Marques Mendes, que acha a decisão “nem equilibrada nem proporcional“, disse não compreender porque é que “ao fim de 8 anos de investigação ainda nem sequer deduziram uma acusação”, tendo em conta que “há três anos que Mexia e Manso Neto são arguidos”. Questiona ainda “porquê só agora com o Juiz Calos Alexandre“, o quarto juiz de instrução do caso, é que o Ministério Público viu necessidade de mudar as medidas de coação e diz não acreditar que os arguidos fugissem agora “se não fugiram durante estes três anos”.

Conclui, por isso, que “se o MP acha que Mexia e Manso Neto são culpados, então que faça uma acusação e os leve a julgamento“.

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