Os Washington Redskins da liga de futebol americano (NFL) vão, finalmente, mudar o nome da equipa, após vários anos de pressão nesse sentido. Os cortes publicitários, na sequência dos protestos anti-racismo nos EUA, terão sido o fator que levou a administração da equipa a decidir mudar um nome que é considerado ofensivo para a comunidade nativo-americana – embora uma sondagem tenha indicado que a larga maioria dos nativo-americanos não se sente minimamente ofendida pelo facto de a equipa usar esse cognome.

A imprensa norte-americana avançou na noite de domingo que a equipa irá anunciar esta segunda-feira a eliminação do nome Redskins, embora o front office reserve para mais tarde a revelação do novo nome que a equipa irá assumir. Isto porque estará a haver problemas de direitos de marca com um nome que a administração está a tentar registar.

A decisão de abandonar o cognome “Redskins” não é totalmente surpreendente, já que a 3 de julho a administração da equipa, liderada pelo empresário Dan Snyder, indicou que iria fazer uma “avaliação aprofundada” sobre esta polémica questão do nome. Também o treinador da equipa, Ron Rivera, disse esperar que a equipa entre em campo, em setembro (se a pandemia deixar), com um novo cognome. Segundo o The Washington Post, o novo nome poderá ser revelado dentro de duas semanas.

Há 87 anos que a equipa de futebol americano usava este nome, que é considerado uma designação pejorativa para a comunidade nativo-americana. Em cima da mesa deverá estar, revelou o treinador, um novo nome que honre devidamente a herança nativo-americana, além de ser uma homenagem às organizações militares – está a haver discussões com representantes de ambos para assegurar que o novo nome será bem recebido.

O dono da equipa, Daniel Snyder, disse há vários anos que nunca mudaria o nome da equipa, pelo menos enquanto esta fosse sua – mas os protestos anti-racismo que emergiram nos últimos meses nos EUA, depois da morte de George Floyd, levou vários patrocinadores dos Washington Redskins a aumentarem a pressão sobre a organização – desde logo a empresa FedEx, que paga pelo naming do estádio onde a equipa joga (o FedEx Field), mas não só: também a Nike, a Pepsico. e o Bank of America exigiram que a equipa alterasse o nome.

A razão por que o nome Redskins é vista como ofensiva por alguns está envolta em muita controvérsia há várias décadas – mas a principal razão está relacionada com os tempos da escravatura, altura em que terá havido ordens de extermínio de nativo-americanos em que os mercenários eram pagos por cada escalpe sangrento extraído da cabeça de índios que “fossem enviados para o Purgatório”, como demonstra um anúncio de 1863 publicado num jornal no estado do Minnesota.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR