Ghislaine Maxwell — socialite britânica detida no início do mês na sequência da investigação que visa o milionário Jeffrey Epstein, acusado de violar menores e de tráfico sexual — deverá comparecer esta terça-feira em tribunal via videochamada. A audiência, esclarece a BBC, vai determinar se Maxwell fica ou não na prisão enquanto espera julgamento. Espera-se que pelo menos uma das alegadas vítimas fale na audiência e peça que a socialite seja detida.

Socialite Ghislaine Maxwell detida por ligação a Jeffrey Epstein

Maxwell é acusada de aliciar e de conspirar para aliciar menores a viajar para participarem em atos sexuais ilegais, mas também de transportar e conspirar para transportar menores com intenção destes se envolverem em atividades sexuais criminosas. Sobre ela recaem ainda duas acusações de perjúrio.

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Os advogados de defesa de Maxwell pediram, entretanto, que ela seja libertada sob fiança de 5 milhões de dólares (mais de 4 milhões de euros), alegando o risco de contágio por Covid-19 na prisão. A socialite foi detida a 2 de julho e nega todas as acusações que recaem sobre ela — se considerada culpada, enfrenta até 35 anos na prisão.

Entretanto, os procuradores federais pediram a um juiz que este rejeite o pedido de prisão domiciliária de Maxwell, escreve a CNN, alegando que esta é hábil em fugir. “Não haverá julgamento para as vítimas se a ré tiver oportunidade de fugir da [zona de] jurisdição, e há todos os motivos para acreditar que é exatamente isso o que ela fará caso seja libertada”, escreveram os procuradores num processo. Alegou-se ainda que a proposta de Maxwell para ficar em prisão domiciliária, com geolocalização e uma fiança de 5 milhões de dólares, não valia “nada”.

Os procuradores lembraram ainda que quando agentes do FBI se dirigiram à mansão desta em New Hampshire, nos EUA, para a deter, no início do mês de julho, a socialite fugiu para outra divisão da casa e fechou a porta atrás de si — a detenção foi, no entanto, bem sucedida. Além disso, na sequência de uma vistoria feita à casa, os agentes encontraram um telemóvel envolvido em alumínio numa secretária, para despistar localizações.

Ainda de acordo com os procuradores, o irmão de Maxwell contratou ex-militares britânicos para vigiar a irmã na propriedade em New Hampshire, a qual terá sido paga em numerário, no valor de 1 milhão de dólares.