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Willyan brilha em Portugal, pisca ao olho ao Brasil e diz konnichiwa ao Japão (a crónica do Portimonense-Boavista)

Este artigo tem mais de 3 anos

Portimonense quebrou série de duas derrotas e colocou-se em posição para discutir permanência após vencer Boavista com primeira parte de luxo coroada com golos dos dois centrais brasileiros (2-1).

Willyan marcou o primeiro golo do Portimonense frente ao Boavista e foi um dos melhores na equipa dos algarvios
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Willyan marcou o primeiro golo do Portimonense frente ao Boavista e foi um dos melhores na equipa dos algarvios

Getty Images

Willyan marcou o primeiro golo do Portimonense frente ao Boavista e foi um dos melhores na equipa dos algarvios

Getty Images

Era o primeiro jogo da retoma, ninguém dava muito por ele, também não teve propriamente muitas oportunidades ou motivos de interesse, foi resgatado por um dos melhores golos do Campeonato. O Portimonense de António Folha continuava a ter os mesmos jogadores de qualidade acima da média mas nunca encontrou o equilíbrio para colocar esse protagonismo individual ao serviço do coletivo. Com isso, e depois dos quatro pontos nas primeiras duas jornadas, a equipa teve duas séries de nove jogos consecutivos sem ganhar (quatro empates, cinco derrotas) com uma vitória frente ao Famalicão pelo meio. Paulo Sérgio assumiu o comando técnico mas nem assim as coisas se alteraram, com dois empates e duas derrotas que deixavam os algarvios numa posição complicada.

O grande golo de Lucas Fernandes frente aos Gil Vicente funcionou como clique para o cenário (e o contexto, por acréscimo) mudar. Sete meses depois, com a pandemia pelo meio, o Portimonense voltava a ganhar. E a seguir conseguiu ainda resgatar um empate frente ao Benfica a perder por 2-0 ao intervalo, ficou perto de aguentar uma vitória importante na Cidade do Futebol diante do Santa Clara que conseguiu a igualdade de penálti nos últimos minutos, assegurou pela primeira vez na temporada dois triunfos consecutivos com o Marítimo e em Famalicão. É certo que outras equipas como o P. Ferreira conseguiram também elas arrancar bem depois da paragem mas o cenário em relação à luta pela descida estava diferente. Vejamos: à 24.ª jornada tínhamos Portimonense 16, P. Ferreira 22, Marítimo 24, Tondela 25, Belenenses SAD 26, V. Setúbal 28; à 29.ª jornada já tínhamos Portimonense 27, V. Setúbal 30, Tondela 30, Belenenses SAD 31, P. Ferreira 31, Marítimo 31.

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Depois, e num momento que ainda não tinha acontecido com Paulo Sérgio, os algarvios somaram duas derrotas, em casa com o V. Guimarães e em Vila do Conde com o Rio Ave – esta no último minuto e de canto direto. O sonho da manutenção não acabou mas complicou-se. E entre razões táticas e de pormenor entre a história de cada um desses jogos, foi notória uma ansiedade fora do normal para chegar ao golo que acabou por funcionar ao contrário. A equipa queria tanto, tanto que acabou por transformar-se na sua pior inimiga. E era isso que o técnico pedia na receção ao já Boavista: mais calma, mais noção dos momentos, mais capacidade para gerir o jogo.

“Só a vitória nos interessa, é disso que temos de ir à procura. Não de uma forma desesperada mas de uma forma muito organizada, não dando chances para a matreirice do Boavista poder surtir efeito. O adversário está a jogar melhor, sem pressão e encontra-se tranquilo na tabela mas espero um Portimonense de muito trabalho, de muita concentração e de muita competência nas missões individuais e coletivas. Temos de ser uma equipa equilibrada ao longo de todo o jogo, à procura da vitória. Com grande entrega, e mantendo o que os jogadores têm estado a fazer com qualidade, acreditamos que vamos ser felizes. Merecíamos mais nos últimos jogos e os próprios adversários  reconheceram isso mesmo mas agora temos de estar num nível superior para conseguir mais, melhorando os nossos níveis de eficácia”, destacou Paulo Sérgio na antevisão do jogo com os axadrezados.

Daniel Ramos, também já com experiência nestas andanças, sabia que a melhor forma de somar mais pontos para chegar ainda à primeira metade da classificação, entre oitavo e nono lugar, era exatamente essa ansiedade e foi por isso que colocou toda a pressão no Portimonense, recordando as posições de ambas as equipas. “Com a paragem houve tempo para trabalhar, consolidar e melhorar alguns aspetos, para dar confiança e uma outra ‘roupa’ à equipa, o que felizmente aconteceu e a nossa qualidade de jogo melhorou ainda que não se tenha refletido logo nos resultados. O Boavista está no caminho certo, a proporcionar aquilo que o clube quer, a valorizar os jogadores e com o objetivo principal atingido há algum tempo. Agora teremos um jogo de grau de dificuldade altíssimo pois está muito em jogo ainda neste Campeonato. O Portimonense é uma das boas equipas, espero um jogo muito intenso e exigente mas sabendo que quem está pressionado é o adversários”, salientou.

No final, os algarvios não falharam. E não falharam porque se a pressão estava do seu lado, a mesma foi gerida da melhor forma sobretudo no decorrer da primeira parte, em que chegou ao 2-0 e até podia ter alargado a vantagem. No segundo tempo, e quando nada o fazia prever, os boavisteiros ainda conseguiram reentrar na partida com um grande livre direto mas tiveram um preço demasiado caro pelo que não fizeram nos 45 minutos iniciais.

Ficha de jogo

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Portimonense-Boavista, 2-1

32.ª jornada da Primeira Liga

Portimão Estádio, no Algarve

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

Portimonense: Gonda; Hackman, Willyan, Lucas Possignolo, Fali Candé; Dener, Júnior Tavares (Rômulo, 90′); Bruno Tabata, Lucas Fernandes (Bruno Costa, 83′), Aylton Boa Morte e Ricardo Vaz Tê (Jackson Martínez, 65′)

Suplentes não utilizados: Samuel, Jadson, Henrique, Anzai, Marlos Moreno e Mimi

Treinador: Paulo Sérgio

Boavista: Helton Leite; Carraça, Lucas, Dulanto, Marlon (Reisinho, 87′); Ackah, Obiora (Bueno, 46′), Gustavo Sauer (Heri, 63′); Cardozo (Mateus, 63′), Yusupha e Stojiljković (Cassiano, 46′)

Suplentes não utilizados: Bracali, Breno, Reymão e Idris

Treinador: Daniel Ramos

Golos: Willyan (14′), Lucas Possignolo (42′, g.p.) e Marlon (84′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Yusupha (21′ e 74′), Carraça (68′), Bueno (84′), Bruno Tabata (86′) e Reisinho (90+4′); cartão vermelho por acumulação a Yusupha (74′)

Alheio a qualquer tipo de pressão extra pela importância do encontro, o Portimonense entrou com vontade, muito balanceado para o ataque com bola nos criativos do meio-campo para a frente mas também sem nunca perder o equilíbrio nas transições, o que colocou o Boavista num autêntico colete de forças. Helton Leite travou um primeiro remate de Lucas Fernandes que levava o endereço de golo, voltou a brilhar num remate de meia distância de Júnior Tavares (na repetição percebeu-se que a bola sairia ao lado mas não quis arriscar) mas nada conseguiu fazer ainda no primeiro quarto de hora quando Willyan, o central que já se destacara com Gil Vicente e Santa Clara, inaugurou o marcador de cabeça ao segundo poste, voltando a piscar o olho a um regresso ao Brasil (onde já passou por Flamengo e Grêmio, entre outros) e dizendo olá, ou konnichiwa, ao Japão, onde tem muitos interessados em garantir o seu passe para a próxima temporada. Os axadrezados nunca conseguiram reagir e o outro central, Lucas Possignolo, na sequência de uma grande penalidade, aumentou a vantagem ainda antes do intervalo.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Portimonense-Boavista em vídeo]

No segundo tempo, com Bueno e Cassiano lançados na frente a que se juntaram depois Heri e Mateus, o Boavista conseguiu mostrar uma face mais parecida com a dos últimos jogos e, mesmo reduzido a dez com a expulsão por acumulação de amarelos de Yusupha, reduziu a seis minutos do final com um livre direto ao ângulo de Marlon e colocou os algarvios em sentido, até pela incapacidade que revelavam em ter posse para gerir de outra forma a vantagem, que ainda foi ameaçada por cruzamentos e remates que podiam ter levado outro perigo mas que não colocaram em causa a vitória e três pontos que podem marcar a viragem definitiva da temporada.

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