A Federação Portuguesa do Táxi considera que o alargamento da operação da plataforma de transporte Uber a todo o país traduz a “ganância das grandes multinacionais”, que não se preocupam com os trabalhadores, e sublinhou que não há serviço para todos.

“Só prova que está a alastrar a ganância das grandes multinacionais que não se importam os seus motoristas”, afirmou à agência Lusa a vice-presidente da entidade, Ana Rita Silva.

A dirigente comentava a expansão da plataforma de transporte de passageiros em veículos ligeiros descaracterizados (TVDE) Uber, que desde esta semana pode ter operadores em todo o território nacional. De acordo com Ana Rita Silva, não há passageiros para tantos operadores e a experiência da operação dos TVDE mostra “a saturação do mercado e o aumento da precariedade laboral”.

Se formos analisar nas zonas rurais do país, não há serviço para os táxis que lá estão instalados há tantos anos. Também, com certeza, não haverá para operadores TVDE”, frisou.

Por seu turno, o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ATRAM), Florêncio Almeida, disse à Lusa que a “província não é como Lisboa”. “Que ponha lá muitos carros para ver quanto tempo eles lá andam. […] Se há 10 táxis, devem lá pôr 20 Uber para ver se aguentam lá a trabalhar, pode ser que se venham embora mais depressa”, manifestou.

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Desde terça-feira, a plataforma de transporte Uber pode ter operadores em todo o território nacional, considerando a empresa ser um passo importante num contexto em que o turismo interno ganha relevância, no âmbito da pandemia da Covid-19.

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