A economia cabo-verdiana cresceu o equivalente a 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2020, face ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

No relatório estatístico das Contas Nacionais Trimestrais, divulgado esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística justifica que a “evolução resultou do maior contributo dos investimentos e do consumo privado”.

No primeiro trimestre de 2019 a economia cabo-verdiana tinha crescido, em termos homólogos, o equivalente a 4,8% do PIB e 2,6% no mesmo período de 2018. Face ao último trimestre de 2019 (5,9%), a economia cabo-verdiana contraiu-se 0,1 pontos percentuais.

O consumo no primeiro trimestre aumentou em termos homólogos 0,5%, afetado pela quebra de 10,3% dos consumos públicos e apesar do aumento de 4,1% no privado. O investimento aumentou 43,2%, mas as exportações registaram até março uma quebra de 4,6%, enquanto as importações aumentaram 8,5%, também em termos homólogos.

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Cerca de 25% do PIB cabo-verdiano depende do turismo, mas o arquipélago está fechado a voos internacionais desde 19 de março, para travar a progressão da pandemia de Covid-19, e só serão retomados em agosto.

Devido à crise económica e sanitária decorrente da pandemia, o governo apresentou uma proposta de Orçamento Retificativo para 2020, em análise no parlamento. A proposta de Orçamento Retificativo para 2020 ascende a 75.084.978.510 escudos (679,1 milhões de euros), entre despesas e receitas, incluindo endividamento, o que representa um aumento de 2,6% na dotação inscrita no Orçamento ainda em vigor. Prevê o recurso ao endividamento público, com o governo a estimar stock equivalente a 150% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2021.

O Orçamento do Estado em vigor previa um crescimento económico de 4,8 a 5,8% do PIB em 2020, na linha dos anos anteriores, uma inflação de 1,3%, um défice orçamental de 1,7% e uma taxa de desemprego de 11,4%, além de um nível de endividamento equivalente a 118,5% do PIB.

Estas previsões são drasticamente afetadas pela crise económica e sanitária, refletidas nesta nova proposta orçamental para 2020: uma recessão económica que poderá oscilar entre os 6,8% e os 8,5%, uma taxa de desemprego de quase 20% até final do ano e um défice orçamental a disparar para 11,4% do PIB.