Portugal registou, entre 1 de março e 5 de julho, mais 3.103 mortes do que em igual período de 2019, um aumento relacionado com óbitos de pessoas com mais de 75 anos, segundo dados preliminares revelados esta sexta-feira pelo INE.

Segundo um relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE), o número preliminar de óbitos, entre 1 de março e 5 de julho de 2020, foi superior em 3.103 relativamente a igual período de 2019, uma variação que resultou sobretudo do acréscimo significativo dos óbitos de pessoas com 75 e mais anos (+ 2.718).

Em relação ao mesmo período de 2018, verificaram-se este ano mais 1.629 óbitos, acrescentou.

Ainda segundo o INE, em 142 dos 308 municípios “o número de óbitos registados nas últimas quatro semanas, entre 8 de junho e 5 de julho, foi superior ao valor homólogo de referência (a média para o mesmo período em 2018 e 2019)”.

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Nestes, há 28 municípios que se destacaram por registar um número de óbitos 1,5 vezes superior ao registado no período homólogo de referência.

Nos restantes 166 municípios, o número de óbitos registados nas últimas quatro semanas foi igual ou inferior ao observado no período de referência.

Estes dados estão numa análise divulgada esta sexta-feira pelo INE relativamente à evolução da pandemia da Covid-19 em Portugal, com enfoque nas 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa em estado de calamidade e de acordo com dados concelhios, disponível em https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=443697541&DESTAQUESmodo=2.

O aumento do número global de óbitos neste período segue a linha do que a ministra da Saúde já tinha revelado no parlamento, em 1 de julho.

Na altura, Marta Temido afirmou que houve um excesso de mortalidade em Portugal de mais 9%, ou 2.973 óbitos, entre 1 de março, mês em que se iniciou a pandemia, e 21 junho, em comparação com o mesmo período de 2019.

O primeiro óbito oficial por Covid-19 ocorreu em 16 de março.

O dia 4 abril foi o que maior número de óbitos obteve para qualquer grupo etário neste período. De 14 de abril a 27 de abril, a mortalidade manteve-se dentro do esperado. De 27 de abril a 22 maio esteve frequentemente abaixo da linha de base”, salientou então.

A ministra destacou também na altura que entre 23 a 30 maio, “durante um pico do calor, a mortalidade em geral subiu, chegando ao limite de confiança de 95% no dia 29 de maio”.