A temporada ainda não acabou mas no Gil Vicente o pensamento já está focado no futuro. Com a manutenção garantida e a certeza de que Vítor Oliveira não vai ficar no comando técnico da equipa, os gilistas já contrataram Rui Almeida e têm 15 jogadores do atual plantel com contrato para lá desta época, o que assegura uma base sólida para o próximo ano. Ainda assim, e mesmo com todos esses indicadores positivos, Oliveira garante que esta fase pode desestabilizar a equipa.
“Sabemos que não é fácil, já que estamos numa fase de renovações e isso mexe com a cabeça dos jogadores. Só que a tranquilidade com que chegámos aqui obriga-nos a ter alguma responsabilidade e a mostrar a razão de termos pontuado tanto”, disse o treinador na antevisão da visita ao Belenenses SAD, onde acrescentou que a permanência na Primeira Liga foi alcançada “com muito mérito”. “Agora, queremos fazer o melhor possível, mesmo tendo 42 pontos, uma meta em que não pensávamos muito. Começámos mal depois do confinamento, mas melhorámos substancialmente. Tentámos motivar os jogadores com novos objetivos e aquela vontade de fazer o melhor possível”, explicou o técnico, que ainda não revelou qual será o próximo desafio profissional.
BFS-GV, faltam 0’
Único Petit vs Vítor Oliveira na 1.ª divisão
2018 PF 1 PSC 1— Rui Miguel Tovar (@ruimtovar) July 19, 2020
Este domingo, na Cidade do Futebol, o Gil Vicente defrontava um Belenenses SAD que, por outro lado, ainda não tinha a manutenção assegurada. Apenas dois pontos acima da zona de despromoção, os azuis precisavam de ganhar para praticamente garantir que permanecem na Primeira Liga na próxima temporada e Petit, o treinador, reconhecia na antevisão que os pontos conquistados pela equipa não correspondem ao futebol apresentado.
“Tivemos alguma infelicidade, mas faz parte do jogo. Acho que podíamos ter mais alguns pontos, mas estamos na situação em que estamos, dependemos do nosso trabalho. A nossa equipa gosta de pressionar, ter bola, boas dinâmicas, uma ideia de jogo mas, neste momento, jogamos para os pontos, sabemos a posição que ocupamos”, sublinhou o técnico português, que tinha Show, André Santos e Silvestre Varela novamente disponíveis.
Vítor Oliveira lançava Hugo Vieira, Kraev e Samuel Lino no onze, deixando Lourency, Baraye e Sandro Lima no banco de suplentes. Rúben Ribeiro, que leva quatro golos nesta retoma e tem sido o principal elemento da equipa, voltava a ser titular e tinha como tarefa o papel de grande criativo do Gil Vicente. A primeira parte terminou sem golos e praticamente sem oportunidades de golo, destacando-se somente dois lances para cada lado: Show rematou desenquadrado (18′) e Licá desperdiçou uma jogada em que apareceu isolado na cara de Denis (20′), enquanto que Rúben Ribeiro foi o autor das duas tentativas do Gil, uma à figura de Koffi (41′) e outra por cima da trave (44′).
Na segunda parte, Vítor Oliveira mexeu ao passar da hora de jogo, com as entradas de Sandro Lima e Lourency, enquanto que Petit tirou Licá pouco depois para colocar Marco Matias em campo. Num jogo progressivamente mais partido e com pouca qualidade tática e técnica, o único golo do encontro acabou por surgir já perto do final, por intermédio de um lance de futebol direto em que Marco Matias recebeu um enorme passe de Silvestre Varela e bateu Denis, já na insistência (88′).
O Belenenses SAD despediu-se dos jogos na casa emprestada da Cidade do Futebol com a primeira vitória em Oeiras e logo com aquela que, à partida, terá sido uma das mais importantes da temporada, já que deixou os lisboetas à beira da permanência na Primeira Liga. Já o Gil Vicente, ainda que bem mais descansado, não deixou de interromper uma série de três vitórias consecutivas e confirmou, em certa medida, a teoria descrita por Vítor Oliveira na antevisão.