A tecnologia para permitir que os automóveis autónomos circulem sem condutor ainda não está pronta para ser oferecida ao mercado, mas a realidade é que, sem autorização dos diferentes países para procederem a testes na via pública – tal como acontece em alguns locais nos EUA com a Waymo, a divisão autónoma da Google -, esta solução vai tardar muito mais a estar madura. A braços com as necessidades das suas marcas, algumas das quais das mais sofisticadas e luxuosas do mercado, a Alemanha está decidida a dar o exemplo e prepara uma legislação para acolher os veículos em que ao volante está um… computador.

O objectivo, para já, são os automóveis com o Nível 4 de condução autónoma, que os germânicos pretendem colocar em circulação, para fazerem evoluir os seus sistemas em condições reais de utilização, já no próximo Verão, ou seja, dentro de um ano. Além de servir os condutores que pretendem delegar no computador a condução do seu veículo, os modelos autónomos vão ser utilizados como robotáxis, reduzindo consideravelmente os custos do serviço – pela retirada do elemento mais oneroso, o condutor –, julgada cada vez mais uma solução interessante caso os europeus continuem a optar pelo carsharing, em vez de adquirirem veículo próprio para as suas deslocações.

Segundo o ministro dos Transportes, Andreas Scheuer, “o enquadramento legal irá criar os pré-requisitos para que os veículos autónomos, sem condutor, possam deslocar-se em estradas públicas, ainda que limitadas geograficamente e a ambientes específicos”. Mas tudo indica que a legislação irá mais além do que os simples protótipos, definindo mesmo a comercialização de meios de transporte autónomos sem condutor para pessoas e bens.

Para Benedikt Wolfers, da empresa de advocacia Posser Spieth Wolfers & Partners, “a ausência de legislação europeia sobre o tema permite que os Estados-membros avancem com propostas, com a Alemanha a querer ser a primeira a aprovar uma lei sobre este tipo de tecnologia”.

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