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Marega respirou, atirou e tudo correu bem. E a equipa fez exatamente o mesmo (a crónica do FC Porto-Moreirense)

Este artigo tem mais de 3 anos

A primeira parte nem sequer foi boa mas FC Porto usou a segunda para anular o Moreirense e golear no jogo de consagração (6-1). Marega, que marcou de livre, foi a cara da equipa a quem tudo corre bem.

O avançado maliano marcou já na segunda parte e aumentou a vantagem dos dragões
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O avançado maliano marcou já na segunda parte e aumentou a vantagem dos dragões

EPA

O avançado maliano marcou já na segunda parte e aumentou a vantagem dos dragões

EPA

É quase um ciclo natural de uma temporada que nasce, vive e morre: assim que o FC Porto foi campeão, assim que a luta pelo título passou a ser a confirmação desse título para uns e a desilusão desse título para outros, começou o rodopio à volta das entradas, das saídas e das permanências. E nesse particular, o nome de Sérgio Conceição tem sido o mais questionado, repetido e ponderado. Tudo porque ainda não é certo que o treinador fique na próxima época, ainda não é certo que o treinador vá embora antes da próxima época e ainda não é certo que o treinador queira ou não ficar num projeto a longo prazo no Dragão. E da equipa técnica, as perguntas prolongam-se para o plantel.

Alex Telles tem vários clubes europeus interessados, assim como Corona, e brasileiro e mexicano são nesta altura as duas maiores indecisões da equipa para o futuro — enquanto são também uma das duplas mais influentes e decisivas na conquista do título, o que só agrava a problemática. No caminho inverso, o guarda-redes Cláudio Ramos parece estar cada vez mais perto do Dragão para ser suplente de Marchesín, numa decisão do português onde Vítor Baía terá sido instrumental, e o Famalicão pode perder o trio Fábio Martins-Gustavo Assunção-Uros Racic para os campeões nacionais. Tudo isto na mesma altura em que Iker Casillas, que há menos de uma semana era o protagonista de um movimento de adeptos que o queria ver jogar pelo menos um minuto para ser também campeão, vai regressar ao Real Madrid para ser assessor de Florentino Pérez, uma posição que já foi ocupada por Zidane antes de o francês começar a carreira de treinador.

Ficha de jogo

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FC Porto-Moreirense, 6-1

33.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Carlos Xistra (AF Castelo Branco)

FC Porto: Diogo Costa (Mbaye, 75′), Manafá, Mbemba, Diogo Leite, Alex Telles, Danilo Pereira (Loum, 75′), Otávio, Fábio Vieira (Uribe, 38′), Jesús Corona (Vítor Ferreira, 75′), Luis Díaz, Marega (Soares, 63′)

Suplentes não utilizados: Tomás Esteves, Romário Baró, Fábio Silva, João Mário

Treinador: Sérgio Conceição

Moreirense: Mateus Pasinato, João Aurélio, Rosic, Halliche, Abdu Conté, Sori Mané (Gabrielzinho, 59′), Filipe Soares, Alex Soares (Ibrahima, 73′), Luther Singh (Luís Machado, 68′), Pedro Nuno (Nuno Santos, 59′), Fábio Abreu

Suplentes não utilizados: Macedo, D’Alberto, Fábio Pacheco, Nenê, Steven Vitória

Treinador: Ricardo Soares

Golos: Luis Díaz (4′), Fábio Abreu (20′), Otávio (51′), Alex Telles (56′), Marega (62′), Soares (79′ e 87′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Marega (33′), a Pasinato (54′)

Esta segunda-feira, porém, tudo isso estava em stand by. Cinco dias depois de vencer o Sporting no Dragão e conquistar o segundo título em três anos, o FC Porto voltava a entrar em campo na penúltima jornada da Liga para maximizar os pontos angariados ao longo da temporada e também receber o troféu de campeão, na consagração da alegria celebrada na passada quarta-feira. O adversário era o Moreirense de Ricardo Soares, uma equipa confortável na classificação, com a manutenção garantida e sem possibilidade de chegar à Europa, que tinha perdido apenas uma vez nos últimos 14 jogos e que se provou um dos oponentes mais complicados para os “três grandes”.

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A disputar a penúltima jornada do Campeonato — naquela que era também a despedida de Carlos Xistra, que realizava no Dragão o último jogo da carreira de árbitro –, Sérgio Conceição optava por colocar o guarda-redes Diogo Costa na baliza, ao invés do habitual titular Marchesín, que não aparecia sequer no banco de suplentes. Diogo Leite também estava no onze, ao lado de Mbemba e porque Pepe estava castigado, e Fábio Vieira mantinha a titularidade que já tinha assumido contra o Sporting. Corona, que cumpriu castigo precisamente contra os leões, estava de regresso à equipa e jogava perto de Marega.

Do outro lado, Ricardo Soares empreendia uma autêntica revolução na equipa e fazia nove mudanças face ao onze que tinha empatado com o P. Ferreira na jornada anterior — só João Aurélio e Halliche sobreviviam às alterações, sendo que a frente de ataque era formada por Luther Singh, Pedro Nuno e Fábio Abreu. No Dragão, e antes ainda de ser possível perceber como é que as duas equipas se iriam realmente apresentar, Luis Díaz só precisou de quatro minutos para abrir o marcador: Alex Telles apareceu na ala esquerda, tirou um cruzamento perfeito e o colombiano, totalmente sozinho na zona da pequena área, cabeceou para bater Pasinato (4′).

Já depois do golo de Luis Díaz, que foi o mais rápido do FC Porto esta temporada, tornou-se perceptível que a intenção de Sérgio Conceição para o jogo era um esquema muito dinâmico, com Corona a aparecer à frente de Otávio e Danilo e Fábio Vieira e Díaz, um em cada corredor, no apoio direto a Marega. O problema era que, mesmo em vantagem, os dragões não estavam a conseguir colocar em prática o dinamismo pensado pelo treinador: com a maioria da posse de bola, a equipa tinha pouca profundidade e verticalidade e raramente arriscava entrar nas costas da defesa adversária, preferindo lateralizar na zona intermédia para arrefecer um pouco a partida.

O Moreirense, como é, aliás, habitual, estava a jogar bem. E essa é a maneira mais simples de colocar as coisas — o Moreirense estava a jogar bem. A equipa de Ricardo Soares manteve-se tranquila, não desequilibrou a linha defensiva, respondeu muito bem ao golo sofrido e encaixou com o FC Porto na zona do meio-campo. Ao contrário do que faziam os dragões, o Moreirense apostava na profundidade dos corredores e explorava sempre o espaço no último terço do terreno adversário, sem se esconder do jogo e sem ter receio de aproveitar os erros do FC Porto depois de lhe oferecer a iniciativa. À passagem dos 20 minutos, e já depois de Corona ter tentado surpreender Pasinato com um remate rasteiro (13′), o Moreirense acabou por conseguir chegar ao empate, num lance em tudo semelhante ao do golo de Luis Díaz.

Abdu Conté, o elemento ‘mais’ da equipa na primeira parte, apareceu no corredor esquerdo a cruzar tenso para a grande área, onde Fábio Abreu, ao segundo poste e mais forte do que Diogo Leite, surgiu a cabecear para bater Diogo Costa (20′). O jovem guarda-redes ainda foi obrigado a defender por instinto um bom remate de Luther Singh (22′), numa fase em que a equipa de Moreira de Cónegos conseguiu resguardar a posse de bola durante alguns minutos e assentar arraiais no meio-campo adversário, e do outro lado foi Corona a assustar Pasinato com uma bola em arco que passou muito perto do poste da baliza (27′).

Até ao final da primeira parte e numa confirmação de que as coisas não estavam a correr exatamente como queria, Sérgio Conceição ainda tirou Fábio Vieira para colocar Uribe. Depois de uma boa exibição contra o Sporting, o jovem médio pareceu mostrar algumas dificuldades na hora de coexistir com Corona em terrenos mais interiores e os dois jogadores acabaram por se incomodar de parte a parte em diversas ocasiões.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-Moreirense:]

Num início de segunda parte em que nem Sérgio Conceição nem Ricardo Soares fizeram alterações nas equipas, o FC Porto voltou a entrar muito forte, tal como tinha acontecido no arranque do jogo, e chegou novamente à vantagem quando estavam cumpridos pouco mais de cinco minutos. Corona soltou Marega na ala direita, o maliano cruzou a rasgar para a grande área e para Otávio, que permitiu a defesa de Pasinato à primeira, rematou contra um defesa à segunda e acabou por conseguir marcar à terceira (51′).

Logo depois, sem que o Moreirense tivesse tempo e espaço para reagir, Luiz Díaz foi travado em falta por Pasinato no interior da grande área, numa altura em que estava isolado na cara do guarda-redes depois de um grande passe vertical de Otávio. Na conversão da grande penalidade, Alex Telles juntou o golo à assistência e marcou pela 13.ª vez esta temporada (56′), ficando a apenas um golo do recorde do também brasileiro Geraldão como defesa que marcou mais vezes numa única época pelo FC Porto.

Menos de 10 minutos depois, e num lance que acabou por ser a imagem do jogo do FC Porto, Marega surpreendeu toda a gente ao bater Pasinato de livre direto (62′), numa altura em que toda a gente no Dragão pensava que seria Alex Telles a rematar a tombar da esquerda. À sétima tentativa e pela primeira vez desde que chegou a Portugal, em 2014, Marega marcou de livre e deixou todos os elementos dos dragões, incluindo Sérgio Conceição, com um enorme sorriso. Até ao fim, o treinador dos dragões ainda ofereceu a estreia ao jovem guarda-redes Mbaye, que se tornou assim também campeão nacional, e Soares ainda foi a tempo de incluir duplamente o nome na ficha de jogo depois de entrar para o lugar de Marega, na conclusão de um enorme lance de ataque do FC Porto com um calcanhar de Luis Díaz pelo meio (79′) e depois de uma assistência de Otávio (87′)

Sem qualquer possibilidade de resposta do Moreirense na segunda parte, o FC Porto anulou por completo o adversário depois do intervalo, corrigiu os erros do primeiro tempo e saiu do Dragão não só com o troféu de campeão nacional mas também com uma goleada e uma exibição globalmente positiva. Marega, com um livre direto inédito que deixou praticamente toda a gente surpreendida, acabou por ser a cara e a figura de uma equipa que está bem porque tudo corre bem. Incluindo ao maliano, que marcou pelo quarto jogo consecutivo e já leva o melhor registo desde dezembro de 2018.

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