O Ministério da Administração Interna abriu um inquérito para saber o que aconteceu nos canis da Agrela. Como avança a Lusa, esta entidade vai apurar oficialmente como é que o incêndio matou, pelo menos, 54 animais este fim de semana.

Em comunicado, o ministério refere: “o Ministro da Administração Interna determinou à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um inquérito para o apuramento dos factos relacionados com a atuação da Guarda Nacional Republicana (GNR) e dos agentes de Proteção Civil no terreno, durante o incêndio que, no fim-de-semana, atingiu dois canis localizados em zona florestal da freguesia da Agrela, no concelho de Santo Tirso”.

Num despacho assinado esta segunda-feira, Eduardo Cabrita determina à inspetora-geral da Administração Interna, Anabela Cabral Ferreira, a abertura de um inquérito “aos factos reportados, visando apurar eventuais responsabilidades”.

O ministro considera que subsistem “dúvidas sobre os factos ocorridos na zona florestal da freguesia da Agrela”, concelho de Santo Tirso, onde se localizam os dois canis afetados pelas chamas, bem como “sobre a atuação das diferentes autoridades no terreno”.

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O despacho cita notícias da imprensa segundo as quais “terão perdido a vida dezenas de animais” que se encontravam nos canis “Cantinho das Quatro Patas” e “Abrigo de Paredes”, sendo “apontadas eventuais falhas à atuação da GNR e dos agentes da Proteção Civil no terreno”.

Eduardo Cabrita refere que, na sequência das notícias, foram pedidos esclarecimentos à GNR e à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, tendo os mesmos sido prestados.

Incêndio em Santo Tirso. GNR confirma que impediu populares de aceder ao terreno e diz que resgatou “os animais que foi possível salvar”

O incêndio em Santo Tirso atingiu os dois abrigos de animais este domingo. Nas redes sociais, o PAN começou por denunciar que “dezenas de animais morreram carbonizados”. Ao Observador, a líder parlamentar do partido adiantou já ao fim da manhã deste domingo que as chamas mataram “centenas” de cães e gatos. De acordo com o PAN, um dos abrigos tinha “cerca de 80 animais” e o outro “cerca de 200”. Também ao Observador, a GNR só confirma que o fogo foi “enorme”. Segundo a autarquia 113 animais foram realojados em canis municipais e associações e os restantes 77  dos 190 que sobreviveram foram acolhidos por particulares.