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O golo que Salvador tanto queria foi aquele que pode ter salvo quem não trocou de treinador (a crónica do Tondela-Sp. Braga)

Este artigo tem mais de 3 anos

Artur Jorge, quarto técnico de António Salvador no Sp. Braga, dizia que era o jogo para "ganhar ou ganhar". Perdeu. Ou ganhou o Tondela, que nunca trocou de técnico e ficou perto da permanência (1-0).

Se o Tondela tivesse feito ao longo de todo o jogo o que conseguiu produzir nos últimos 20 minutos da deslocação a Barcelos, não só se arriscava a ganhar ao Gil Vicente como não teria descido aos lugares de despromoção. Se o Sp. Braga tivesse mantido nos últimos 20 minutos o rendimento que conseguiu ter desde início frente ao Belenenses SAD, não só teria vencido o Belenenses SAD como até se arriscava a construir mais uma goleada, estando agora no terceiro lugar. A antepenúltima jornada correu mal a ambos. Ou desceram de posição pelo resultado de outros, ou não conseguiram subir de posição apesar do resultado de outros. Agora, com isso, a margem era nula.

Depois de ter recomeçado o Campeonato com um positivo empate na Luz sem golos, a que se seguiu uma vitória em casa com o Desp. Aves, o Tondela entrou numa espiral de queda livre e tornou-se a pior equipa da Primeira Liga na pontuação, apenas com um ponto ganho em seis jornadas das quais perdeu em cinco. Os nove pontos que tinha a mais do que o Portimonense esfumaram-se, a equipa falhou durante grande parte do encontro com o Gil Vicente e estava obrigado a ganhar (ou no limite a pontuar) para manter viva a esperança de permanência, apesar do discurso sempre tranquilo de Natxo González mesmo com a equipa a fundar-se cada vez mais na tabela.

Já o Sp. Braga, que teve em Artur Jorge o quarto treinador da temporada depois de Ricardo Sá Pinto, Rúben Amorim e Custódio, recomeçou da melhor forma com a mudança técnica a golear Desp. Aves e P. Ferreira mas deixou fugir uma vantagem fundamental frente ao Belenenses SAD num jogo onde, em caso de triunfo, ficaria com os mesmos pontos do que o Sporting mas com vantagem no confronto direto, o que colocaria a equipa a depender apenas de si sabendo que na última jornada haverá Sp. Braga-FC Porto e Benfica-Sporting. Também por isso, e para chegar com as hipóteses de chegar ao pódio intactas, estava obrigado a ganhar. E, de preferência, com um ou mais golos de Paulinho, avançado que falhou também o assalto à liderança dos melhores marcadores.

“É com essa esperança de voltarmos a ganhar que temos de viver. Prepararmo-nos bem, para poder trabalhar bem. Como sempre digo, temos de trabalhar bem o controlável, e, o resto, que os deuses nos ajudem. O Sp. Braga está em quarto lugar, a querer disputar a terceira posição e é uma das equipas mais poderosas, um rival muito forte, mas depois de estarmos dois dias muito mal após a derrota com o Gil Vicente fomos conseguindo levantar. Nesta vida, todos temos quedas, a nível pessoal e profissional, mas o importante é a capacidade de nos levantarmos. Sabíamos que podíamos chegar a esta situação e, como já disse, vamos sofrer até ao último jogo mas esperemos que o desenlace seja feliz”, referiu na antevisão Natxo González, treinador do Tondela.

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“Se é um jogo de ganhar ou ganhar? Sim, claro. Esta semana, o nosso presidente antecipou exatamente isso e é um estado de espírito comum cá dentro, desde a presidência, estrutura, treinador, os jogadores também focados nesse objetivo. A prioridade é ganhar em Tondela, para depois fazer as contas no final. Já disse mais que uma vez que o nosso objetivo e a nossa pressão é tentar ir buscar o terceiro lugar. O Tondela é uma equipa que vai tentar inverter a sua situação mas isso tem que nos passar um pouco ao lado porque temos a nossa própria batalha. Futuro? Isso não tem que se decidir nestes jogos, só tenho que trabalhar com a mesma vontade e o mesmo querer com que tenho feito do primeiro ao último minuto. No final do Campeonato, como o presidente já disse e bem, falaremos. Não é o meu futuro que está aqui em causa, é o futuro do Sp. Braga”, comentou o técnico Artur Jorge.

Entre o “ganhar ou ganhar”, os minhotos perderam. E perderam porque, olhando para os 90 minutos, o Tondela foi a equipa que mais quis ganhar, nunca perdendo a organização coletiva e indo à frente em transições ou em lances de bola parada desequilibrar como aconteceu no único golo do encontro. Entre trocas técnicas, António Salvador, presidente do Sp. Braga, nunca perdeu o foco do terceiro lugar, por uma questão de prestígio mas também para ter um outro calendário no início da próxima temporada, entrando de forma direta para a fase de grupos da Liga Europa. A verdade é que, caso o Sporting ganhe ao V. Setúbal esta terça-feira, esse objetivo esfuma-se de vez. Ou seja, nem a época em que os leões tiveram o maior número de derrotas chegou para chegar a esse patamar. Em contrapartida, os beirões ficaram apenas a um ponto de assegurar a manutenção.

O Tondela até começou melhor, criando dois lances de perigo perto da baliza de Matheus no seguimento de bolas paradas antes de atravessar um período em que teve grande capacidade de pressão sobre os arsenalistas, com problemas para construir a partir de trás e sem chegarem ao último terço durante alguns minutos. Aos poucos, e com Ricardo Esgaio (esta noite capitão pela ausência de Fransérgio) entre constantes subidas pelo corredor lateral direito onde começava também Trincão antes de partir para os movimentos diagonais, o Sp. Braga equilibrou, inverteu o controlo do jogo tendo muito mais posse e teve mesmo uma bola no poste, após um roubo de bola de Ricardo Horta a Pepelu pouco à frente da área. Paulinho também já tinha visado a baliza de Babacar Niasse, Philipe Sampaio tirou um golo feito a Rui Fonte mas o intervalo chegaria mesmo sem golos, numa fase em que os minhotos já dominavam o encontro nos remates, nos cantos, nos passes e na posse de bola.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Tondela-Sp. Braga em vídeo]

No segundo tempo, o Tondela voltou a equilibrar o encontro, a ameaçar no seguimento de bolas paradas e a ter a capacidade para, sempre que o Sp. Braga não fizesse a transição defensiva de forma correta, criar oportunidades de golo, como aconteceu num lance onde João Pedro viu Ronan, o avançado brasileiro isolou Murillo aproveitando também uma escorregadela comprometedora de David Carmo mas o extremo quis marcar com nota artística e acabou por ficar com fama de artista sem nota, falhando de forma incrível um chapéu a Matheus (60′). Não foi aí, seria pouco depois: em mais um livre lateral marcado por Pepelu, Matheus ainda evitou o golo de Philipe Sampaio mas nada conseguiu fazer na recarga de Yohan Tavares, que decidiu o encontro com aquele que foi o seu segundo golo consecutivo, depois de já ter marcado em Barcelos o 3-1 que ainda deu esperança ao Tondela, num final mais tenso onde Filipe Ferreira e o técnico Natxo González acabaram por ser expulsos por Artur Soares Dias.

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