Cerca de 300 manifestantes reuniram-se esta segunda-feira em frente ao Parlamento em Sófia, em apoio a uma moção de censura contra o governo do primeiro-ministro Boyko Borisov, acusado de corrupção.

A manifestação ocorria calmamente e rodeada de um grande dispositivo policial, avançou a agência espanhola Efe, causando apenas um grande engarrafamento no centro da capital, especialmente à volta do edifício da Câmara, onde os deputados começaram uma sessão centrada nessa moção de censura.

Depois de 11 noites consecutivas de protestos maciços que pediam a renúncia da coligação governativa, composta por conservadores, ultranacionalistas e populistas, os manifestantes anunciaram no domingo o plano de bloquear várias instituições públicas, incluindo o Parlamento.

“Vamos levar as coisas até ao fim”, declarou na noite passada Nikolay Hadzhigenov, um dos organizadores da vaga de protestos dos cidadãos de diversas cores políticas, unidos na luta contra a corrupção reinante que trava o desenvolvimento do país, o mais pobre da União Europeia.

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Enquanto isso, os deputados abriram o debate sobre a moção de censura apresentada pelo Partido Socialista, o maior da oposição, por considerar que Borisov e o gabinete fracassaram na hora de lutar com eficácia contra a corrupção, segundo a emissora bTV.

A moção – a quinta enfrentada pelo executivo desde 2017 – não deverá passar, dada a maioria de assentos pretender à coligação no poder, integrada pelo GERB, de Borisov, a aliança de grupos ultranacionalistas do Patriotas Unidos e o Volya, uma formação populista.

Os protestos na rua devem continuar ao longo do dia. A tensão política na Bulgária dura há vários meses, com um duro confronto e luta de poder entre o executivo e o Presidente do país, Rumen Radev, próximo à oposição socialista. O próprio chefe de Estado exigiu várias vezes a renúncia do governo pelos supostos laços com a máfia.