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Amorim bem quer, Acuña continua a sonhar, a obra teima em não nascer (a crónica do Sporting-V. Setúbal)

Este artigo tem mais de 3 anos

Amorim lançou onze mais jovem da época, Acuña voltou e foi o melhor, Sporting foi sempre demasiado previsível com o V. Setúbal. Leões somam segundo jogo sem ganhar e ainda não têm 3.º lugar garantido.

O jogador argentino voltou ao onze depois de ter cumprido castigo contra o FC Porto
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O jogador argentino voltou ao onze depois de ter cumprido castigo contra o FC Porto

NurPhoto via Getty Images

O jogador argentino voltou ao onze depois de ter cumprido castigo contra o FC Porto

NurPhoto via Getty Images

Uma temporada que começou com esperança, que se tornou vazia logo nos primeiros meses, que teve uma resolução polarizadora nos últimos dias antes de a pandemia chegar em força a Portugal e que viveu na retoma o seu período mais tranquilo. Desde agosto do ano passado que o Sporting começou uma época em formato cinco estágios do luto — um luto necessário, depois do ano de 2018, e que tinha sido empurrado com a barriga por um ano mais ou menos satisfatório e com duas Taças conquistadas.

Tudo começou ainda com Marcel Keizer, passou pelo interino Leonel Pontes, transferiu-se para Silas e culminou em Rúben Amorim: e nos mais de 10 milhões de euros investidos em Rúben Amorim. Tudo começou com a esperança de uma temporada ainda mais positiva do que a anterior, tudo se tornou vazio quando Silas não evitou a eliminação na Taça de Portugal e na Taça da Liga, tudo se polarizou quando Amorim foi contratado e tudo tranquilizou quando o ex-treinador do Sp. Braga perdeu apenas um dos nove jogos que já desde que chegou a Alvalade.

Ficha de jogo

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Sporting-V. Setúbal, 0-0

33.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Sporting: Maximiano, Ristovski (Vietto, 45′), Eduardo Quaresma, Coates, Acuña, Nuno Mendes (Pedro Mendes, 78′), Matheus Nunes (Joelson, 63′), Wendel, Francisco Geraldes, Tiago Tomás, Gonzalo Plata

Suplentes não utilizados: Renan, Rafael Camacho, Neto, Battaglia, Borja, Miguel Luís

Treinador: Rúben Amorim

V. Setúbal: Makaridze, Sílvio, João Meira, Artur Jorge, Jubal, Carlinhos, Semedo, Leandrinho (Nuno Valente, 90+5′), Éber Bessa (Hachadi, 89′), Zequinha, Mansilla (Hildeberto, 66′)

Suplentes não utilizados: João Valido, Alex, André Sousa, Mathiola, Mantiel, Leandro Vilela

Treinador: Lito Vidigal

Golos: nada a registar

Ação disciplinar: cartão amarelo a Artur Jorge (54′), a Tiago Tomás (74′), a Makaridze (79′)

Esta terça-feira, na despedida de Alvalade por esta época, o Sporting tinha um dos jogos mais importantes da época no que toca aos objetivos que se tornaram os objetivos palpáveis para a equipa. Contra o V. Setúbal — um frágil V. Setúbal, com uma mudança técnica recente e na zona de despromoção –, os leões sabiam que uma vitória, aliada à derrota do Sp. Braga no dia anterior, significava desde já a garantia do terceiro lugar no final do Campeonato. Uma garantia importante se tivermos em conta que no fim de semana, na última jornada da Liga, o adversário é o Benfica na Luz. Ou seja, segurar desde já a última posição do pódio significava também entrar no dérbi com menos pressão, com menos responsabilidade e com menos consequências associadas.

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Sem Sporar, que sofreu um toque no treino ao longo da semana e era baixa anunciada, Rúben Amorim promovia a estreia do jovem Tiago Tomás no onze inicial dos leões: e lançava a equipa mais jovem apresentada por qualquer clube nesta edição da Primeira Liga. Acuña estava de regresso à titularidade, depois de ter cumprido castigo contra o FC Porto, e Borja voltava ao banco, enquanto que a grande surpresa era mesmo a ausência de Jovane Cabral — não só do onze como da própria ficha de jogo, sem explicação prévia –, que abria a porta à inclusão de Francisco Geraldes nas opções iniciais. Contra o V. Setúbal, o Sporting pretendia também fechar o capítulo da primeira derrota na era Amorim, na semana passada contra o FC Porto no Dragão, e recuperar a tendência vitoriosa que acabou por ser uma constante neste recomeço da Liga.

Os leões criaram perigo logo no primeiro instante da partida — assim como tinha acontecido contra os dragões na semana passada –, num lance que acabou por dar o tónico para aquilo que seria a movimentação habitual da equipa durante a maioria da primeira parte. Na esquerda, Acuña desenhou um passe vertical a rasgar a defesa adversária e solicitou Tiago Tomás, que tentou fazer o chapéu a Makaridze mas acabou por atirar por cima (1′). A dinâmica da jogada repetiu-se pouco depois, com Francisco Geraldes a procurar a profundidade do jovem avançado, ainda que aí tenha sido Makaridze a antecipar-se e Tomás estivesse fora de jogo (11′).

Seria esta a lógica do Sporting durante praticamente toda a primeira parte: alguém, normalmente Acuña ou Geraldes, procurar as costas da defesa do V. Setúbal e solicitar o oportunismo e a inteligência posicional de Tiago Tomás, que se mostrou útil nos primeiros instantes do jogo. No apoio ao avançado, Plata caía mais na direita, com Matheus Nunes e Wendel numa zona intermédia, e Geraldes aproximava-se mais do lado contrário. Ainda assim, o médio português surgia muitas vezes nas costas de Tiago Tomás, a procurar terrenos interiores a deixar o corredor livre para Acuña e Nuno Mendes, dois jogadores que gostam de e sabem atacar e que estavam em bom plano. A presença de Geraldes como uma espécie de falso ’10’ deixava o Sporting em superioridade numérica naquela zona do terreno e soltava Tomás para o espaço entre os centrais adversários.

Numa primeira parte completamente controlada pelo Sporting — os 78% de posse de bola foram um novo máximo na Liga — mas sem que os leões tenham conseguido criar verdadeiras oportunidades de golo, o V. Setúbal manteve-se sempre bastante organizado no setor defensivo e não deu azo a desequilíbrios, congelando uma muralha recuada à frente da grande área que obrigava a equipa de Rúben Amorim a rendilhar o jogo até descobrir espaços. Os sadinos não tocaram na bola no interior da grande área de Maximiano durante o primeiro tempo, os leões não fizeram qualquer remate enquadrado e a partida ia para o intervalo sem grandes destaques ou pontos altos. Adivinhava-se uma segunda parte trabalhosa para o Sporting, na ótica em que a intenção do V. Setúbal continuaria a ser evitar o golo dos leões e acreditar progressivamente na conquista de um ponto em Alvalade.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-V. Setúbal:]

No início da segunda parte, Rúben Amorim promovia o regresso de Vietto, que se lesionou no início da retoma, e lançava o argentino para o lugar de Ristovski. O avançado ia diretamente para o apoio a Tiago Tomás a partir da esquerda, Geraldes mudava de lado e encostava-se à direita e Gonzalo Plata recuava no terreno para ocupar todo o corredor que até ao intervalo tinha sido responsabilidade de Ristovski.

Os primeiros instantes pareceram mostrar maior mobilidade do ataque do Sporting, ou pelo menos uma maior facilidade em jogar entre linhas, mas a verdade é que a partida depressa voltou a cair no marasmo em que tinha entrado na primeira parte. À passagem da hora de jogo e sem que os leões estivessem mais perto de desbloquear o resultado, assim como o V. Setúbal se mantinha totalmente recuado no próprio meio-campo e sem qualquer interesse em explorar terrenos mais ofensivos, Rúben Amorim decidiu tirar Matheus Nunes e lançar Joelson, com o objetivo de arriscar um pouco mais. Wendel passou a ser o elemento mais defensivo do meio-campo leonino, Joelson encostou à direita e soltou Geraldes para as costas de Tiago Tomás, o papel que acabou por desempenhar na primeira parte no melhor momento dos leões.

A entrada do jovem avançado de 17 anos acabou por mexer com a partida, até porque libertou os restantes elementos do ataque do Sporting e motivou a dispersão das preocupações da defensiva sadina. Vietto fez o primeiro remate enquadrado do jogo, para Makaridze encaixar com facilidade (65′), e Acuña protagonizou a melhor oportunidade do encontro, ao rematar de fora de área para ver o guarda-redes do V. Setúbal defender por instinto depois de a bola desviar num defesa (67′). Tombado na esquerda e enquanto dono de uma zona mais interior da ala, o argentino foi o jogador mais influente e inconformado do Sporting ao longo da partida e um dos poucos impulsionadores de movimentos mais disruptivos ou surpreendentes.

Com a noção crescente de que estava a ser totalmente previsível e de que não conseguiria chegar ao golo e à vantagem através de jogadas rendilhadas e de transição, o Sporting passou a apostar cada vez mais na meia distância, com Wendel a ser o jogador que mais perto ficou de marcar nesta altura (77′). Já com menos de um quarto de hora para jogar, Rúben Amorim fez all in e tirou Nuno Mendes para lançar mais um avançado, Pedro Mendes, mas a reta final da partida acabou por não trazer nada de novo.

O Sporting não conseguiu garantir já o terceiro lugar, o V. Setúbal ganhou um novo fôlego na luta pela manutenção, que só vai ficar decidida na última jornada. Os leões somaram dois jogos seguidos sem ganhar, algo que ainda não tinha acontecido desde que Rúben Amorim chegou a Alvalade, e parecem ter perdido a inspiração que apareceu a espaços nas primeiras partidas com o novo treinador. Amorim continua a querer, Acuña foi o melhor e ainda sonha mas a obra teima em não nascer — pelo menos esta temporada.

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