O MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa regressa em setembro, com “sessões mais espaçadas e de lotação reduzida” e dois dias extra “para que o público possa desfrutar do festival com todo o conforto e segurança”.

A organização do festival, que cumpre este ano a 14.ª edição, anunciou esta terça-feira que a iniciativa regressa ao Cinema São Jorge entre 7 e 14 de setembro, “depois de três dias de eventos ‘warm-up’ [de aquecimento, em português] ao ar livre”.

Num comunicado divulgado esta terça-feira, a organização refere que, “de acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde [devido à pandemia da Covid-19], o MOTELX conta este ano com sessões mais espaçadas e de lotação reduzida, e anuncia dois dias extra para que o público possa desfrutar do festival com todo o conforto e segurança”.

A edição deste ano “desafia um 2020 atípico com uma retrospetiva sobre o racismo e o cinema de terror, filmes de Pedro Costa, um número recorde de filmes realizados por mulheres e muitas propostas para oito dias de catarse coletiva”.

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A retrospetiva “Pesadelo Americano: O Racismo e o Cinema de Terror” inclui sete filmes, “precursores do movimento Black Lives Matter, cujo olhar crítico propõe um acerto de contas com a história”: “The Intruder”, de Roger Corman (1962), “Ganja & Hess”, de Bill Gunn (1973), “O Cão Branco”, de Samuel Fuller (1982), “Os Prisioneiros da Cave”, de Wes Craven (1991), “O Assassino em Série”, de Bernard Rose (1992), “Tales from the Hood”, de Rusty Cundieff (1995), e “Foge”, de Jordan Peele (2017).

Este ano, “o mais respeitado realizador português da atualidade”, Pedro Costa, é o convidado da secção Quarto Perdido, intitulada na 14.ª edição “Pedro Costa – Filmar as Tevas”.

Segundo a organização, “Costa abordará em conversa a sua declarada afinidade com o universo do terror e do fantástico e serão exibidos os filmes ‘Ne change rien’ (2009) e ‘Cavalo Dinheiro’ (2014)”.

A secção Serviço de Quarto “mostra este ano um número recorde de filmes realizados por mulheres (cinco por agora, a que se juntarão outros) e entre os destaques agora anunciados contam-se ‘Saint Maud’, de Rose Glass, uma visão original e corajosa sobre fé e loucura com carimbo dos estúdios A24, ‘Relic’, a aclamada estreia cinematográfica da escritora Natalie Erika James, e ‘The trouble with being borne’, de Sandra Wollner, uma antítese da história de Pinóquio em versão ‘sci-fi’, que causou controvérsia no último Festival de Berlim”, adianta a organização.

Esta secção, “traz ainda o regresso do prolífico Takashi Miike com ‘First Love’, aquele que se estima ser o seu 104.º filme, e é uma louca mistura de drogas, sangue, ‘gore’, romance e humor negro e um regresso ao estilo hiperbólico que o tornou um favorito dos festivais”.

Para a secção Doc Terror, a organização anunciou o documentário “Scream, queen! My nightmare on Elm Street”, sobre Mark Patton e o seu papel enquanto primeiro ‘scream queen’ masculino em “Pesadelo em Elm Street II”, “hoje um clássico do cinema LGBT”.

Este ano, o MOTELX apresenta, pela primeira vez, um programa de Curtas Experimentais, “dedicado a narrativas alternativas que usam técnicas revolucionárias para criar novas linguagens e pesadelos transcendentais”.

A secção Curtas Internacionais, “que continua a trazer propostas ricas e variadas em subgéneros tão distintos como ‘sci-fi’, filme de época ou sátira”, integra nesta edição 20 filmes.

No final do festival serão atribuídos os prémios MOTELX – Melhor Curta de Terror Portuguesa, no valor de cinco mil euros, cujos finalistas serão anunciados em agosto, e Melhor Longa de Terror Europeia/Méliès d’argent, cujos finalistas serão também anunciados no mês que vem.

As sessões de ‘warm-up’ do festival, numa parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, irão acontecer nos dias 3, 4 e 5 de setembro.

No dia 3, o Convento de São Pedro de Alcântra acolhe a performance/concerto “A Mulher-Sem-Cabeça”, a partir de um texto do escritor Gonçalo M. Tavares, com ilustrações ao vivo de António Jorge Gonçalves e voz do ‘rapper’ Papillon.

No dia 4, o Espaço Brotéria acolhe um jantar encenado, a partir do texto “Um Jantar Muito Original”, de Fernando Pessoa enquanto Alexander Search, “um projeto que recria o lado mais negro de Pessoa”, e que conta com supervisão artística de Albano Jerónimo e a estreia em encenação de duas estudantes de teatro e cinema, Matilde Carvalho e Rita Poças.

Para 5 de setembro está marcada uma sessão de cinema ao ar livre no Largo Trindade Coelho, com um filme a anunciar em breve.

A programação completa do 14.º MOTELX será anunciada em agosto.