A presidente da Agência para a Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), Catarina Resende Oliveira, alertou esta quarta-feira que o financiamento para a ciência fundamental não pode ser descurado.

Os investigadores científicos mostraram “flexibilidade e capacidade de adaptação para, juntamente com empresas” criar soluções para o combate à pandemia de Covid-19, mas esse aspeto não deve levar a que se “deixe de ter atenção à importância que a investigação fundamental tem”, afirmou Catarina Resende Oliveira, que falava à agência Lusa no final da cerimónia do Dia Mundial do Cérebro, que decorreu em Coimbra.

A também professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) considerou que o financiamento à ciência deve até ter em conta “esta capacidade que os investigadores mostraram, nesta época de pandemia de Covid-19, de reorientar os seus objetivos de investigação para a resposta a uma situação inesperada e para a qual a sociedade exigia respostas”.

De acordo com a presidente da AICIB, a comunidade científica respondeu de “forma rápida”, considerando que esse aspeto deve ser capitalizado, sem que isso leve a menos investimento na ciência fundamental.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A inovação surge a partir do “desenvolvimento da investigação fundamental”, realçou.

Espero que não seja descurada. Importa que os agentes políticos não percam isso do seu horizonte de atuação e não descurem esse aspeto”, frisou Catarina Resende Oliveira, que já tinha realçado essa mesma ideia durante a sua intervenção na cerimónia.

No evento, também esteve presente o ministro da Ciência e Tecnologia, Manuel Heitor, que também realçou a necessidade de mais investimento na investigação científica.

Temos que ter instituições científicas fortes, com carreiras científicas que nos possam ajudar a participar de forma mais ativa no contexto europeu”, realçou.