O presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (IC), Luís Faro Ramos, afirmou esta quarta-feira que está a haver uma preparação para o Ensino de Português no Estrangeiro (EPE), garantindo que “não faltarão” recursos humanos e financeiros.

Este evento que estamos a organizar hoje e amanhã [quinta-feira] serve para nos prepararmos para qualquer um dos cenários. Há três cenários em cima da mesa: o regresso ao presencial, um ensino à distância, ou um ensino híbrido, misturando caraterísticas do ensino presencial com caraterísticas do ensino à distância”, disse Luís Faro Ramos à Lusa, no final da sessão de encerramento do primeiro dia do 5.º Encontro da Rede Ensino de Português no Estrangeiro (EPE).

O presidente do IC assinalou que está a haver uma preparação dos professores para qualquer um dos três cenários previstos e garantiu que “não faltarão” os recursos humanos e financeiros, assinalando que no ano letivo passado houve um reforço dos fundos para assegurar a aquisição de material de proteção individual para professores e alunos.

Penso que estamos preparados. A estrutura está preparada, os recursos humanos e financeiros não faltarão, espero que não faltem também os alunos – temos indicações muito positivas sobre o número de inscrições na rede”, disse.

Luís Faro Ramos apontou que há uma expectativa de que o EPE possa, “lentamente, voltar ao que era antes”, na modalidade presencial.

Ainda assim, o presidente do IC apontou que ainda não há “certeza em todos os sítios” porque o veredito pertence às autoridades educativas locais.

Face às intervenções realizadas no primeiro dia do 5.º Encontro da Rede EPE, que se realizou na sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o presidente do IC considerou que “o mais provável será (…) um ensino presencial, mas com reforço de elementos digitais”.

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Este reforço foi elogiado pelo presidente do instituto tutelado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que sublinhou que este é “considerado fundamental para um ensino de mais qualidade”.

Quanto ao orçamento previsto para esta rede, Luís Faro Ramos admite que este pode aumentar, até devido à contratação de professores.

Tanto quanto se pode falar hoje, não tenho razões nenhuma para pensar que o nosso investimento será inferior. Poderá, inclusivamente, até ser superior, mas inferior não será”, disse o responsável.

Luís Faro Ramos mostrou-se satisfeito com o número de inscrições para o EPE no próximo ano letivo, apontando que, em países, o total de alunos inscritos até agora ultrapassou o do ano passado.

Durante a sessão de encerramento do primeiro dia, que contou com as presenças das secretárias de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, e dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Teresa Ribeiro, foi abordado o “desafio do ano letivo”.

Berta Nunes assinalou que é “tudo bastante incerto” e que, na pior das hipóteses, o ensino será “completamente à distância”.

Em 13 de julho, em declarações à Lusa, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas admitiu a possibilidade do aluguer de salas de aula para que o Ensino Português no Estrangeiro seja “o mais normal possível”.