O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, manifestou-se esta quarta-feira “satisfeito” com o acordo do Conselho Europeu para relançamento da economia europeia pós-crise da Covid-19, mas insistiu em “melhorias” no orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo.

“Estamos muito satisfeitos pela visão que foi confirmada pelo Conselho Europeu para uma resposta partilhada à crise”, declarou David Sassoli, falando em conferência de imprensa em Bruxelas sobre o acordo alcançado na madrugada de terça-feira pelos chefes de Governo e de Estado da UE.

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Para o presidente da assembleia europeia, foi “bom” que os líderes europeus tenham abdicado de “ideias preconcebidas”, ao terem feito “cedências” durante as discussões, que duraram cinco dias e quatro noites, num total de mais de 90 horas.

91 horas e 31 minutos de negociações. Entre tweets, o “dutch guy” e um terraço que virou sala de reuniões

“Eles discutiram e chegaram a compromissos e a democracia é isto“, realçou David Sassoli, comparando esta cimeira com uma anterior, em fevereiro passado, na qual “tudo parecia um tabu” no que toca às respostas económicas à crise. Em sentido inverso, neste Conselho Europeu, “não só foi realçada a dimensão de comunidade, como também reforçada a ideia de que a Europa deve enfrentar isto em conjunto“, destacou.

Para o presidente do Parlamento Europeu, foi também “muito importante” que o Conselho Europeu tenha mantido o montante total do Fundo de Recuperação para a crise gerada pela pandemia de Covid-19. Menos positiva foi a avaliação de David Sassoli sobre o acordo para o Quadro Financeiro Plurianual 2021-2017: “Há uma proposta em cima da mesa, mas queremos melhorá-la”.

Frisando que “há coisas que têm de ser corrigidas” no documento durante as negociações com o Parlamento Europeu, instituição que tem a palavra final na aprovação, o responsável italiano vincou ser necessário “dar resposta a alguns cortes injustificados”.

“Não podemos cortar no orçamento para investigação nem pôr em causa os jovens e programas como o Erasmus”, precisou David Sassoli, notando também ser “necessário clarificar a política migratória para evitar cortar verbas nessa área”.

Assinalando que a assembleia europeia “está pronta para discutir”, o responsável defendeu “rápidas negociações”, que tornem, desde logo, o orçamento da UE a longo prazo “mais útil para os cidadãos”.