O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) rejeitou esta quinta-feira as “falsas e inaceitáveis” declarações do secretário de Estado norte-americano, que alegadamente o acusou de ter sido “comprado” pelo Governo chinês.

As alegações são falsas, inaceitáveis e não têm qualquer fundamento”, afirmou Tedros Ghebreyesus em conferência de imprensa na sede da organização, em Genebra, quando questionado sobre as declarações feitas pelo funcionário da administração Trump em Londres, na terça-feira.

Segundo fontes citadas na imprensa britânica, Mike Pompeo terá dito: “Quando as coisas começaram a mudar, no momento mais importante, quando houve uma pandemia na China, o doutor Tedros, que foi comprado pelo Governo chinês… não posso dizer mais nada, mas posso dizer, afirmo que, com base em informações sólidas, que foi alcançado um acordo por ocasião da eleição do Senhor Tedros à frente da OMS”, durante um encontro com deputados britânicos onde os jornalistas não estiveram presente.

Tedros Ghebreyesus afirmou esta quinta-feira que a OMS “não se deixará distrair” da sua missão que é “salvar vidas, a única coisa que interessa”.

Uma das maiores ameaças no combate ao vírus é a politização”, afirmou Ghebreyesus, acrescentando que “a política e a partidarização tornaram as coisas piores”.

A principal responsável técnica na OMS pelo combate à Covid-19, a epidemiologista Maria Van Kerkhove, falou como “americana e membro orgulhosa da OMS” a apoiar Tedros Ghebreyesus, reiterando que as equipas da organização que “trabalham em todo o mundo” não se deixam distrair por polémicas como a levantada por Pompeo.

A presença de Pompeo em Londres esteve incluída numa ofensiva diplomática norte-americana contra a China, país que acusam de não ter impedido a disseminação do novo coronavírus pelo mundo.

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