A Assembleia da República aprovou esta quinta-feira, por unanimidade, um voto de pesar pela morte do embaixador António Franco, que morreu no passado dia 15 de julho, aos 76 anos.

O voto foi apresentado pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e aprovado por todos os partidos, numa sessão plenária em que esteve presente a embaixadora Ana Gomes, mulher de António Franco, e os filhos.

O texto apresentado lembra António Franco como um dos raríssimos diplomatas da sua geração filiado partidariamente, facto que “não o impediu nunca de exercer de forma isenta, independente, rigorosa e competente” as suas funções ao serviço do Estado “que serviu e honrou como poucos”.

O embaixador António Franco morreu na passada quarta-feira, dia 15, tendo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentado os “sentidos pêsames” à embaixadora Ana Gomes e restante família.

António Franco, de 76 anos, foi “um embaixador distinto, que exerceu importantes funções ao longo da sua carreira, tendo sido chefe da Casa Civil” do antigo Presidente Jorge Sampaio, acrescenta a nota da Presidência da República divulgada na quarta-feira.

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António Manuel Canastreiro Franco, que era casado com a antiga eurodeputada socialista Ana Gomes, foi embaixador de Portugal no Brasil, cargo que desempenhou entre 2001 e 2004 e onde terminou a carreira diplomática, depois de ter ocupado outros postos, como, por exemplo, o de adjunto do chefe da missão temporária de Portugal no processo de paz em Angola e o de representante junto à Comissão Político-Militar.

Foi ainda embaixador não-residente em Libreville, capital do Gabão, em 1995 e em 1996 foi designado para o cargo de chefe da Casa Civil do Presidente da República, Jorge Sampaio.

Parlamento unânime no pesar pela morte em serviço de dois bombeiros

A Assembleia da República aprovou esta quinta-feira, por unanimidade, um voto de pesar pela morte em serviço dos bombeiros Filipe Pedrosa e José Augusto Fernandes, concertado entre todos os partidos.

Associaram-se à homenagem todos os partidos com representação parlamentar, bem como as deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

O elevado número de incêndios que ocorre anualmente no nosso país expõe ao perigo as nossas e nossos bombeiros, o que se traduz demasiadas vezes em ferimentos ou mesmo na morte. Os soldados da paz são tantas vezes os heróis dos verões de incêndios”, destaca o voto aprovado esta quinta-feira.

No texto, realça-se que os bombeiros “estão sempre na primeira linha do combate ao fogo, arriscando a sua integridade física e a própria vida em prol da comunidade”, pelo que “são um exemplo pela sua coragem”.

Não os esquecemos, não os esqueceremos”, assegura a manifestação de pesar da Assembleia da República, que assinala igualmente que Portugal se encontra “na fase mais aguda dos incêndios rurais”.

O texto do voto recorda que Filipe Pedrosa morreu no sábado, enquanto participava em operação de rescaldo e vigilância para prevenção de reacendimento de um incêndio no distrito de Leiria.

A trágica morte de Filipe Pedrosa, também filho de um bombeiro e reconhecido entre os seus pares como “um bombeiro excecional, sempre disponível a ajudar os outros”, pai há três dias, é a mais recente de uma série de infortúnios que têm acometido esta classe profissional”, aponta-se no texto.

À referida morte, acrescenta o voto, soma-se a do bombeiro José Augusto Fernandes de 55 anos de idade, a 11 de julho, em combate num fogo na serra da Lousã, “alguém que queria estar ‘sempre na frente, sempre a dar o seu melhor’, sendo sempre um exemplo para todos na corporação”.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de Filipe André Azinheiro Pedrosa e José Augusto Dias Fernandes e transmite as suas condolências aos seus familiares, amigos, colegas de profissão e às corporações que integravam”, sublinham os deputados.

AR homenageia “voz inconfundível da rádio e da televisão” de Luís Filipe Costa

A Assembleia da República aprovou esta quinta-feira, por unanimidade, um voto de pesar pela morte do jornalista, radialista e realizador Luís Filipe Costa, voz da revolução do 25 de Abril na rádio.

O voto de pesar foi apresentado pelo Partido Comunista Português (PCP) e aprovado por todas as bancadas parlamentares na sessão plenária desta tarde, tendo sido cumprido o habitual minuto de silêncio.

O texto lembra Luís Filipe Costa, que morreu no passado dia 21 de julho, como “jornalista, radialista, realizador, escritor e argumentista, voz inconfundível da rádio e da televisão, democrata, antifascista e cidadão empenhado”.

Luís Filipe Costa ficará para sempre ligado à história da Revolução de Abril como uma das vozes que leram, aos microfones do Rádio Clube Português (RCP), de forma voluntária, os comunicados do Movimento das Forças Armadas”, enaltece o texto.

Com carreira profissional iniciada como radialista e ator na Emissora Nacional, entrou depois para o Rádio Clube Português (RCP), onde veio a ler os comunicados do Movimento das Forças Armadas, responsável pela Revolução do 25 de Abril.

Da rádio passaria para a RTP, onde trabalhou como argumentista e realizador, com um currículo de mais de 30 telefilmes e séries, como “A Borboleta na Gaiola”, “Morte D´Homem”, “Arroz Doce” e “Esquadra de Polícia”.

Nascido a 18 de março de 1936, em Lisboa, Luís Filipe Costa foi também ator e encenador, e assinou os romances “A Borboleta na Gaiola” e “Agora e na Hora da sua Morte”.

Com formação em Economia, sentiu mais forte a vocação para a rádio, chegando a dirigir os noticiários do RCP, tendo sido premiado e considerado uma figura motor de grandes mudanças no jornalismo radiofónico em Portugal.

Ao microfone do RCP leu, voluntariamente, os comunicados do Movimento das Forças Armadas. Depois do 25 de Abril transferiu a atividade para a RTP, onde já trabalhava desde 1970, com o início das emissões à hora do almoço e a produção do programa “O Caso da Semana”.

Foi sobretudo na televisão pública que realizou filmes de ficção, documentários e peças de teatro, depois de ter iniciado a carreira no cinema como fundador da cooperativa Cinequanon, onde dirigiu os primeiros documentários, alguns em colaboração com o cineasta José Fonseca e Costa.

O seu filme “Morte D’Homem” recebeu, em 1988, o Grande Prémio do Festival de Cinema para Televisão de Chianchino, em Itália, e conquistou o 2.º prémio do Festival Internacional da Figueira da Foz.

A serie documental “Há só uma Terra”, que introduziu o tema da ecologia na televisão portuguesa, foi distinguida com o Prémio da Crítica do Diário de Lisboa.

Realizou ainda, entre outras, as séries “Uma Cidade como a Nossa” (1981), “Terra Instável” (1991), “Os Contos do Mocho Sábio” (1992), e os filmes “Só Acontece aos Outros” (1985), “Uma Outra Ordem” (1991), “Uma Mulher Livre” (1992), “Comédia de Camas” (1993), “Mistérios de Lisboa” (1996), “O Pai” (1997) e “Fuga” (1999), sobre uma história de Mário de Carvalho.

Na área documental, destacam-se, entre os seus últimos filmes, “Bernardo Santareno” (2000), sobre a vida daquele que é considerado um dos mais importantes dramaturgos portugueses, e “Raul Solnado – O Estado da Graça” (2002), dedicado ao ator, numa retrospetiva da sua vida e de Portugal, no século XX.

O crítico e ensaísta Jorge Leitão Ramos, no “Dicionário do Cinema Português”, escreve que Luís Filipe Costa assinou “algumas das melhores produções da RTP”. No teatro, encenou a peça “África”, com autoria e interpretação de Isabel Medina, sua mulher.

Em 1966 e 1974, recebeu o prémio da casa da Imprensa para o melhor radialista, e, em 2011, o premio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores. Foi condecorado a 25 de abril de 2011 com o Grau de Comendador da Ordem da Liberdade. Luís Filipe Costa é pai do realizador Pedro Costa.