O presidente do PSD agradeceu esta sexta-feira à bancada social-democrata a “significativa unidade” na votação da alteração ao regimento que terminou com os debates quinzenais, dizendo reconhecer que o voto favorável de alguns “não foi fácil”.

Sei que para algumas e alguns colegas o seu voto favorável de ontem [quinta-feira] não foi fácil, porque não têm a mesma visão da maioria relativamente à questão em causa. Por isso, quero deixar-lhes aqui uma saudação especial e agradecer o contributo que deram para a significativa unidade que, ao contrário de outros, o PSD conseguiu”, refere o também líder parlamentar social-democrata Rui Rio, num email enviado aos deputados a que a Lusa teve acesso.

Rio salienta que “em face da situação política e económica do País, a importância dessa unidade será, seguramente, de particular relevância”.

Sete deputados da bancada social-democrata quebraram a disciplina de voto determinada pela direção do grupo parlamentar e votaram na quinta-feira contra a proposta conjunta de PSD e PS que, na prática, põe fim ao atual modelo de debates quinzenais com o primeiro-ministro, substituindo-o por debates mensais com o Governo. No PS, bancada em que não existia disciplina de voto, votaram contra 28 deputados e cinco abstiveram-se.

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No email, Rio deseja boas férias a todos os deputados e diz antever que o período depois do verão “irá ser de particular exigência”, pedindo que todos estejam “devidamente recuperados” para “dar uma resposta adequada aos desafios” que o país vai ter de ultrapassar.

O presidente do PSD reitera que objetivo da alteração do modelo de debates é fazer um “esforço de credibilização da instituição parlamentar”, dizendo que se aumentaram os debates setoriais e reduziram aqueles em que, por norma, “a preocupação que os domina é o ‘soundbyte’ que procura marcar os noticiários do dia”.

Não nos reduzimos ao que, em cada momento, podemos perder ou ganhar, mas focamo-nos naquilo que consideramos que é do interesse do país em geral e do regime em particular. Pessoalmente, sempre me senti muito distante da tão habitual atitude política de olhar apenas aos interesses de ordem conjuntural e esquecer que, acima de tudo, ‘há muita vida para lá do dia de hoje'”, acrescentou, defendendo que seguir o “mediaticamente correto, não correr riscos e fugir ao embate” nunca dignificou a política.