Cinco empresas portuguesas ganharam contratos adjudicados pela Agência Espacial Europeia, com projetos orçados em 10 milhões de euros, para seis novas missões de observação da Terra ao abrigo do programa Copernicus, anunciou este sábado a agência espacial Portugal Space.

Os contratos adjudicados às empresas nacionais integram o investimento assumido pela Agência Espacial Europeia e pela União Europeia, no valor total de 2,5 mil milhões de euros, para “seis missões de elevada prioridade” no âmbito do Copernicus, programa europeu para a observação da Terra.

As cinco empresas portuguesas escolhidas são Active Space Technologies, Critical Software, Deimos Engenharia, Frezite High Performance e INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, revelou a agência espacial portuguesa Portugal Space, em comunicado, indicando que vão desenvolver alguns dos componentes das novas missões do programa Copernicus, inclusive novos satélites.

“Depois de Portugal ter subscrito cinco milhões de euros do Copernicus no último conselho ministerial da Agência Espacial Europeia, a recompensa chega agora com contratos avaliados em dez milhões de euros”, afirmou a Portugal Space.

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Cofinanciado pela Agência Espacial Europeia e pela União Europeia, o programa Copernicus permite responder a desafios como as alterações climáticas, a subida do nível das águas do mar, o degelo das calotes polares, as catástrofes naturais ou a segurança alimentar. Assim, as novas missões de observação da Terra foram concebidas para responder às exigências da política europeia e às lacunas sentidas pelos utilizadores do Copernicus, bem como para “alargar as atuais capacidades do segmento espacial do programa”, explicou a agência espacial portuguesa.

Uma vez no espaço, os novos satélites estarão dedicados a fornecer dados que permitirão o estudo e compreensão dos processos climáticos e que, idealmente, levarão a decisões cada vez mais informadas que permitam mitigar o impacto dos efeitos do Homem sobre os ecossistemas terrestres e marítimos”, adiantou a Portugal Space.

Segundo a informação do programa Copernicus, as seis novas missões de elevada prioridade “representam, pelo menos, 12 novos satélites, que trabalharão lado a lado com os já existentes 30 Sentinel”.

O financiamento para o desenvolvimento total do Copernicus está dependente da negociação do próximo Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia, pelo que a decisão de contratualizar a construção dos novos satélites aconteceu depois de os Estados-membros da Agência Espacial Europeia terem aprovado e subscrito a nova fase do programa na Conferência Ministerial Space19+, num encontro que decorreu no final de 2019, em Sevilha, Espanha.

Nesse encontro, Portugal subscreveu um total de cinco milhões de euros do Copernicus, com o objetivo de “dar às empresas portuguesas a oportunidade de virem a liderar o desenvolvimento de subsistemas relevantes para as missões”, lembrou a agência espacial portuguesa.

“As empresas portuguesas estão a expandir a sua presença em projetos com cada vez mais valor acrescentado e também a subir na cadeia de valor, reforçando, assim, o setor espacial português”, afirmou a presidente da Portugal Space, Chiara Manfletti, referindo que esta é uma posição que a curto prazo irá exigir mais recursos humanos, com maiores qualificações.

Um dos principais objetivos da agência espacial portuguesa é “criar novos empregos altamente qualificados”, pelo que a escolha de cinco empresas portuguesas no âmbito do Copernicus significa que se está a trabalhar no “caminho certo”, reforçou Chiara Manfletti, considerando ainda que é “uma grande honra para Portugal estar envolvido nas missões de elevada prioridade do Copernicus”.

De acordo com a presidente da Portugal Space, a sustentabilidade e a proteção ambiental “são objetivos não apenas da União Europeia, mas especialmente de Portugal que pretende liderar o movimento pela neutralidade de carbono”.