O Zoe é um dos veículos eléctricos mais vendidos na Europa, o que significa que os clientes fazem fila na maioria dos países para adquirir o seu. Daí que pareça roçar o impossível a hipótese de a Renault oferecer uma unidade, novinha em folha, a cada habitante de Appy, uma pequena localidade no sul de França, próximo da fronteira com Espanha.

Há um motivo que leva a Renault a realizar este surpreendente milagre em Appy e não em Paris, por exemplo, que se prende com o simples facto de na capital habitarem mais de 2,2 milhões de pessoas, enquanto Appy não ultrapassava os 25 habitantes da última vez que os contaram, ou seja, em 2017. Ainda assim, oferecer carros a todos os residentes, com um valor médio de 30.000€, é algo que não acontece todos os dias.

Appy localiza-se nos Pirenéus, é rodeada por montes e vales, lagos e rochas esculpidas durante séculos, sendo considerada uma das mais pequenas e mais isoladas aldeias em França. O que para muitos é uma bênção. Para provar que a mobilidade eléctrica é uma solução para todos e não apenas para as grandes cidades, a Renault decidiu oferecer um Zoe durante um período de três anos a cada habitante, bem como uma wallbox para recarregar a bateria, com a autarquia a instalar um posto de carga rápida no centro do lugarejo.

Mas, como “não há almoços grátis”, também os habitantes de Appy que receberam um Zoe e uma wallbox estão obrigados a realizar um certo tipo de trabalho. Nada de muito violento pois, em troca do empréstimo durante os três anos, a Renault apenas pretende que os utilizadores partilhem com ela as suas notas e conclusões sobre o que mudou nas suas vidas, para melhor e pior, desde que trocaram os seus veículos com motores de combustão pelo eléctrico a bateria.

O construtor francês pretende assim perceber as vantagens e inconvenientes de utilizar automóveis alimentados por bateria em zonas mais remotas, para determinar se, mesmo assim, o carro eléctrico continua a oferecer um conjunto de vantagens que supera largamente as limitações, para o qual contam com a ajuda desta pequena vila gaulesa no meio dos Pirenéus, pintada de verde no Verão e de branco no Inverno.

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