A Galp apresentou no primeiro semestre do ano prejuízos de 22 milhões de euros, segundo os resultados comunicados pela empresa à Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo os resultados do semestre divulgados pela empresa, de acordo com as normas contabilísticas internacionais (IFRS), as contas da Galp traduziram-se num prejuízo de 410 milhões de euros, sobretudo devido ao efeito de stock em 362 milhões de euros.

Os dados indicam que o resultado ajustado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda RCA) totalizou 760 milhões, uma queda de 31%, “refletindo a adversidade das condições de mercado”, e que o cash flow das operações no 1.º semestre de 2020 diminuiu 60% para 404 milhões de euros.

A produção total média diária de petróleo e gás natural durante o primeiro semestre de 2020 foi de 131,8 mil barris, um aumento homólogo de 17% “suportado pelo desenvolvimento dos projetos Lula, Iracema e Berbigão/Sururu, assim como pela maior contribuição do projeto Kaombo, em Angola”, sublinha a empresa na nota divulgada esta segunda-feira.

As matérias-primas processadas até ao final de junho totalizaram o equivalente a 40,2 milhões de barris, um decréscimo de 18% devido às restrições planeadas no sistema refinador, tanto para atividades de manutenção, como para lidar com o contexto de baixa procura na Península Ibérica

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As vendas de produtos petrolíferos a clientes diretos diminuíram 28% em relação ao 1.º semestre de 2019, para 2,9 milhões de toneladas, refletindo a quebra na procura provocada pelas restrições destinadas a combater o surto de Covid-19. Já os volumes de gás natural vendidos a clientes diretos diminuíram 31%.

O investimento totalizou 280 milhões de euros, com o Upstream a corresponder a 66%, e “o remanescente focado sobretudo na unidade Comercial e na melhoria da eficiência energética das refinarias”.

A empresa sublinha na nota que divulgou que “o caminho de transição da Galp para um modelo energético mais sustentável continuou a tomar forma com a celebração de uma parceria com a ACS para o desenvolvimento do portfolio ibérico de energia solar”

Citado na informação divulgada à comunicação social, o comunicado, o presidente da Comissão executiva, Carlos Gomes da Silva, afirma: “Apesar de vivermos umas das mais desafiantes condições de mercado na história do setor, a Galp tem preservado o seu perfil único de crescimento sustentável. Tal resulta da qualidade e resiliência do nosso portfólio e das ações imediatas adotadas para preservar a posição financeira da empresa, bem como no compromisso e entrega das nossas equipas mantidas durante circunstâncias tão difíceis”.

O CEO da empresa acrescenta: “Estou confiante que as iniciativas adotadas nos permitirão manter a solidez para prosseguir a execução da nossa estratégia, endereçando os desafios da transição energética, e assim posicionar a Galp para o futuro da energia”.

A informação divulgada comunicação social refere ainda que “a proposta do dividendo integral relativo a 2020 será anunciada tendo em consideração os resultados anuais, cuja divulgação é esperada no primeiro trimestre de 2021” e que “não será efetuada qualquer distribuição interina no segundo semestre”.

No final do primeiro semestre do ano a dívida líquida da empresa situava-se em 1,9 mil milhões de euros, uma subida de 35% relativamente ao período homólogo.