Apesar da quebra no volume de veículos transaccionados nos primeiros seis meses do ano, juntando todo o tipo de combustíveis, da gasolina ao diesel, passando pelos híbridos plug-in – os eléctricos chegarão em breve –, houve um tipo de motorização que passou ao lado da crise na Volvo. Isto porque enquanto as vendas totais do construtor sueco, entre Janeiro e Junho de 2020, se limitaram a 123.198 veículos, longe pois dos 174.653 transaccionados no mesmo período de 2019, as mecânicas híbridas plug-in (PHEV), aliando um motor a gasolina com outro eléctrico, aumentaram 80%.

Se concentrarmos a análise das vendas apenas na Europa, o bom desempenho dos PHEV é ainda mais evidente, uma vez que, depois de comercializar 15.643 híbridos plug-in na primeira metade de 2019, a Volvo vendeu 29.918 PHEV em 2020. Ou seja, um incremento de 91%.

Como se não bastasse o aumento do volume de vendas dos PHEV, a outra surpresa reservada pelo primeiro semestre de 2020 foi o impressionante incremento da percentagem de modelos equipados com uma bateria recarregável (capazes de percorrer uma determinada distância em modo exclusivamente eléctrico). Nos primeiros seis meses de 2019, os PHEV representavam 8,9% das vendas, mas um ano depois essa percentagem disparou para 24,2% – mais uma vez uma variação significativa, tanto mais que estamos a falar de veículos substancialmente mais dispendiosos, que só conseguem garantir uma redução do consumo e das emissões se bem utilizados, isto é, se a bateria for recarregada regularmente.

A Volvo Cars vende 79% dos seus veículos na Europa, sendo o V60 e o XC40 dos mais populares. Globalmente, a percentagem de PHEV do construtor nórdico é de 14%, valor que se deve sobretudo à China, onde este tipo de proposta não passa dos 3,2%, concentrando-se sobretudo no grande S90.

Segundo o fabricante sueco, com a pandemia, os clientes passaram a revelar preferência por veículos cada vez mais electrificados, o que leva a Volvo a prever que o XC40 Recharge – o primeiro 100% eléctrico da casa – será um sucesso, com muita procura. “O pior que se podia fazer agora era continuar a insistir na venda de versões convencionais com motores exclusivamente de combustão, uma vez que, a longo prazo, isso seria um erro”, defende o CEO da Volvo, Hakan Samuelsson.

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