Depois de o Grupo Renault e de a Nissan terem apresentado, por esta ordem, os respectivos planos estratégicos, faltavam ser divulgadas as directrizes que vão nortear o terceiro membro da Aliança, a Mitsubishi. O construtor nipónico deu agora a conhecer o seu plano para os próximos anos (apresentação aqui), onde salta à vista a “retirada” da Europa, em prol do fortalecimento da marca nos mercados asiáticos.

Enquanto os investimentos se concentrarão principalmente no sudeste da Ásia, no Velho Continente a gama actual vai continuar à venda até que os modelos, que já não são recentes, cheguem ao fim do seu ciclo de vida. Até que haja novas indicações, o lançamento de novos modelos fica “congelado”, pese embora o fabricante planeie prosseguir com a electrificação da sua gama, nomeadamente com uma versão híbrida plug-in do Eclipse Cross e a nova geração do Outlander. Esta última deveria chegar aos concessionários europeus ainda este semestre, mas isso já não vai acontecer, de acordo com a Automotive News Europe. Já o pós-venda é classificado como “um negócio essencial” e, por isso, vai manter-se.

Além de estabelecer como meta uma redução dos custos fixos em 20% ou mais, face ao exercício fiscal de 2019, o novo plano de negócios da Mitsubishi segue a orientação da Aliança e vai concentrar-se nas regiões onde o fabricante japonês é mais “forte” numa tentativa de, assim, aumentar os lucros. Com as baterias apontadas ao sudeste asiático, onde o construtor pretende vir a reclamar uma quota de mercado superior a 11%, está prevista a ampliação da rede de concessionários em Banguecoque, Tailândia, bem como o reforço dos pontos de venda em áreas mais rurais. O Outlander PHEV, um caso de sucesso na Europa, vai começar aí a ser produzido e comercializado. Na Indonésia, o rumo é o mesmo (reforçar a rede) mas, nesse caso, a âncora comercial reside no Mitsubishi Xpander – SUV que vai ser produzido no Vietname, enquanto as Filipinas ficam encarregues do fabrico de comerciais ligeiros.

Depois da Ásia, como segundo pilar para assegurar a sua viabilidade, a Mitsubishi aposta em reforçar a presença em África, na Oceânia e na América do Sul. Ou seja, à semelhança do que acontece no Velho Continente, também o mercado norte-americano é “descartado” pelo construtor japonês. Não que porque esteja prevista a saída da marca do segundo maior mercado automóvel mundial, mas sim porque não haverá aí novidades em termos de produto, excepção feita para a actualização de alguns modelos e para o lançamento da nova geração do Outlander.

Na China vai surgir um novo carro eléctrico em conjunto com a GAC, ao passo que no Japão a Mitsubishi vai unir forças com a Nissan para introduzir um kei car, também eléctrico. De resto, o sudeste asiático receberá ainda o novo Triton, a versão híbrida do Xpander e, posteriormente, a nova geração do SUV, além de dois outros modelos que permanecem uma incógnita.

Quanto ao Pajero, confirma-se o encerramento da fábrica de Gifu (Japão) na segunda metade do próximo ano. Para 2023 fica a promessa de que surgirá um novo Pajero Sport.

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