A Navigator considera que persiste o risco de uma segunda vaga da pandemia, nomeadamente nos mercados externos da Europa, com o impacto negativo que pode trazer para empresas exportadoras como a produtora de pasta e papel.

O lucro da Navigator caiu 53,6% no primeiro semestre, face a igual período de 2019, para 44 milhões de euros, divulgou esta terça-feira a empresa.

Nas perspetivas futuras, a produtora de pasta e papel refere que “o risco de uma segunda vaga da situação pandémica persiste, nomeadamente nos mercados externos da Europa, com o impacto negativo que pode trazer para as empresas exportadoras como a Navigator”.

Salienta que “a pressão no preço de papel que se tem sentido ao longo do segundo trimestre poderá manter-se colocando pressão adicional num período tradicionalmente mais fraco em termos de atividade”, acrescenta.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Alguns sinais positivos recentes permitem antever uma recuperação progressiva, mas provavelmente lenta, do negócio de UWF no terceiro trimestre”, adianta, referindo uma “progressão alinhada com a recuperação económica, mas ainda numa conjuntura de forte incerteza e de grande volatilidade”.

A Navigator regista atualmente um nível da entrada de encomendas próximo do normal para esta época do ano, com uma carteira de encomendas em julho de quase 40 dias (a quarta mais alta para esta época em 11 anos) e que “se situa muito acima da média da indústria”.

Neste mês, “todas as máquinas de papel do grupo” encontram-se “novamente a laborar, estando a empresa a monitorizar continuamente a evolução do mercado e continuando a adequar o nível de produção ao nível da procura, num contexto onde a instabilidade nos mercados se mantém muito elevada”.

No que respeita à pasta, “a resiliência evidenciada na primeira metade do ano parece dar sinais de abrandamento, com a chegada de um período sazonalmente mais fraco e com o arrefecimento da procura de produtos de ’tissue’ e de ‘packaging’, depois do ritmo desenfreado registado no início da pandemia”.

A Navigator refere que, “com o abrandamento das compras destes produtos e a cadeia de abastecimento totalmente restabelecida, a procura de pasta começa a refletir o impacto da redução significativa de produção de papéis gráficos”, pelo que se espera “alguma restrição do lado da produção com a realização de paragens de manutenção, adiadas para o segundo semestre devido à situação de pandemia”.

Em termos do negócio de ’tissue’, “depois de uma ‘performance’ positiva no primeiro semestre, é expectável antever algum abrandamento ao nível da procura do segmento ‘At Home’ e uma recuperação gradual no setor ‘Away From Home’, com a recuperação de atividade nos canais ‘horeca’ e nas empresas”.

Após um trimestre “extremamento adverso, com condições de mercado nunca vistas, espera-se uma recuperação gradual da atividade da empresa ao longo dos próximos meses”, mas o “ritmo e a amplitude da recuperação irá depender, obviamente, do contexto pandémico, do levantamento generalizado das medidas de confinamento e dos impactos económicos provocado por essas medidas”.

No comunicado, o grupo agradece aos colaboradores “a forma absolutamente exemplar como se empenharam no sentido de ultrapassar as circunstâncias únicas” em que se vive.