E de repente, sem que ninguém estivesse à espera, Jesse Lingard foi um dos protagonistas da última jornada da Premier League. O avançado inglês, pouco utilizado ao longo da temporada por Solskjaer e longe de ser opção preferencial para um ataque por onde normalmente andam Martial, Greenwood, Rashford e até Daniel James, entrou a menos de 15 minutos do apito final de uma deslocação a Leicester que já estava bem encaminhada. Os red devils estavam a ganhar, graças a um penálti de Bruno Fernandes, o terceiro lugar e a Liga dos Campeões pareciam garantidos e a época dentro de portas estava prestes a terminar. Até que, ao oitavo minuto de descontos, Lingard decidiu marcar.

Aproveitou um erro raro de Kasper Schmeichel e aumentou a vantagem do Manchester United, blindando desde logo a qualificação do clube para a Liga dos Campeões da próxima época. Mas Lingard fez mais do que isso: ao oitavo minuto de descontos da última jornada da Premier League, Lingard fez o primeiro golo da temporada e o primeiro na liga inglesa desde dezembro de 2018. E estragou uma aposta aparentemente perfeita que, a instantes do final da época, parecia ter sido uma jogada de mestre. Antony Johnson, um adepto do Manchester United, apostou 3,30 libras em agosto do ano passado em como o avançado inglês não iria fazer qualquer golo nem qualquer assistência em 2019/20. Mas no último fôlego, o jogador de 27 anos surpreendeu e custou a Antony Johnson um retorno que já ascendia às 135 libras.

Bruno apareceu, marcou oitavo golo na Premier, colocou Manchester United na Champions e ainda deu mais dez milhões ao Sporting

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Esta semana, depois de uma temporada pouco conseguida a nível individual, Jesse Lingard falou com a Sky Sports sobre vários tópicos — desde a admiração por Cristiano Ronaldo até aos conselhos que dá a Mason Greenwood. Mas o principal assunto da entrevista acabou por ser as críticas que o avançado inglês recebe regularmente, não só devido às exibições sofríveis como ao estilo de vida que leva fora dos relvados, incluindo a linha de roupa que já lançou.

“Acho que as pessoas acreditam que eu estou mesmo envolvido em tudo mas não sou que embalo a roupa e a envio! Há muita coisa nas redes sociais, as pessoas dizem coisas desagradáveis. Não me posso afundar em tudo isso. Não leio essas coisas todas, não leio os jornais. Por isso é que é difícil para os jovens jogadores terem sucesso agora, estão muito atraídos pelas redes sociais e por aquilo que as pessoas dizem deles, não sabem realmente o quão bons são. Eu, simplesmente não leio nada que esteja online”, disse Lingard, para depois falar precisamente sobre um dos “jovens jogadores” da atualidade, Mason Greenwood, que agarrou um lugar no onze do Manchester United e terminou a Premier League com 10 golos marcados.

FBL-ENG-PR-LEICESTER-MAN UTD

O golo do avançado foi muito celebrado por toda a equipa e até David De Gea, o guarda-redes, percorreu todo o campo a correr para felicitar o colega

“Desde que começou a treinar com a equipa principal que se tem dado excecionalmente bem. Apesar de ser muito novo, tem tomado as rédeas e trazido golos e assistências. Tem sido uma adição muito boa à equipa (…) Para ele, neste momento, continua a ser tudo à volta de trabalhar duro, continuar a treinar e manter-se humilde. E acho que é isso que vai fazer, tem sido sempre um rapaz humilde e também tem confiança”, explicou o avançado inglês, acrescentando que costuma dizer a Greenwood que é importante “manter os pés no chão”.

Conhecido fã da NBA e admirador dos Toronto Raptors, o jogador foi depois questionado sobre que nome do futebol mais de aproximava àquilo que Michael Jordan fez no basquetebol nos Estados Unidos. E não teve grandes dúvidas na hora de escolher. “Tenho de dizer o Cristiano Ronaldo. Por tudo o que ele alcançou na carreira. Já esteve em vários clubes e ganhou muitos troféus. Penso que é uma lenda do futebol, é o Michael Jordan do futebol”, sublinhou Lingard, que recordou depois as vezes em que ainda se cruzou com o jogador português em Manchester, quando um estava na equipa principal e o outro fazia parte da formação dos ingleses.

“Quando ele chegou ao Manchester United eu tinha 11 ou 12 anos. Na altura, estávamos a fazer um DVD com exercícios e foi ele que nos veio ensinar os exercícios, foi muito bom. Foi a primeira vez que o vi. Ele era ainda muito jovem e magro quando chegou”, recordou o avançado, que contou depois que chegou a jogar contra Ronaldo em partidas de pré-época entre o plantel principal e as equipas da formação.