As Forças Armadas Cabindesas (FAC) anunciaram esta quarta-feira a morte de cinco pessoas e sete feridos como resultado de confrontos entre elementos do Exército angolano e das forças independentistas no norte de Cabinda.

Através de um “comunicado de guerra” do Estado Maior General das Forças Armadas Cabindesas (FAC), assinado pelo comandante Sebastião Muindo Jr, os independentistas indicam que os confrontos ocorreram na noite de terça-feira nas aldeias de Chimbeti, no município de Buco-Zau.

As confrontações aconteceram quando as Forças Armadas Angolanas (FAA) foram atacadas naquela região do norte de Cabinda. Em resultado destas confrontações, morreram cinco pessoas, quatro soldados das Forças Armadas Angolanas e um civil, assim como sete feridos das FAC, referem os independentistas.

No mesmo comunicado, o Estado Maior General das FAC denunciou “o silêncio do Presidente (de Angola), João Lourenço”. “O Presidente angolano é refém dos seus generais mafiosos e corruptos, que fazem negócios no território de Cabinda”, prossegue o comunicado, no qual os oficiais angolanos são responsabilizados pela “insegurança em Cabinda”.

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Este comunicado segue-se a um outro divulgado terça-feira pelas FAC e que deu conta da morte de 10 soldados, oito angolanos e dois das FAC, durante um ataque a uma unidade das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Num “comunicado de guerra”, assinado pelo Chefe Operacional da FLEC-FAC (Frente de Libertação do Estado de Cabinda-Forças Armadas Cabindesas, Futi Bonifácio Edinho, os independentistas falam de “intensos combates” entre as FAC e o exército angolano na região de Massabi.

No ataque à unidade das FAA, “que se preparava para surpreender” uma posição das FAC”, ocorrido na aldeia de Chissanga, as forças cabindesas perderam dois combatentes e foram mortos oitos soldados angolanos, tendo outros três ficado feridos. O Ministério da Defesa angolano não confirmou a informação.

A província angolana de Cabinda, onde se concentra a maior parte das reservas petrolíferas do país, não é contígua ao restante território e, desde há muitos anos, que líderes locais defendem a independência, alegando uma história colonial autónoma de Luanda.

A FLEC, através do seu “braço armado”, as FAC, luta pela independência daquela província, alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

Cabinda é delimitada a norte pela República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico.