Os clientes bancários podem beneficiar de moratórias de crédito se fizerem o pedido ao acesso ao regime público até dia 30 de setembro, mas há alguns fatores a preocupar a banca. Em primeiro lugar o fim das moratórias, já no próximo ano, que poderá deixar as famílias (que representam quase 70% das moratórias concedidas) sem condições para pagar os pagamento das prestações.
Depois, o facto de existir um vazio legal que permite a quem já pediu moratórias ao crédito voltar a pedir novos créditos. “Não existe uma proibição de celebração de novos contratos de crédito por parte de clientes que beneficiem da moratória pública ou de moratórias privadas”, confirma ao Jornal de Notícias o Banco de Portugal destacando no entanto que “antes de conceder um novo crédito a instituição deve avaliar a capacidade do cliente para cumprir as obrigações que pretende assumir”. Os novos créditos não serão, contudo, elegíveis para moratórias que só são válidas em créditos celebrados até 26 de março de 2020.
Quem tem moratórias bancárias pode pedir novos créditos. Ouça aqui o Jornal das 7 da Rádio Observador:
Os últimos meses têm sido de quedas nos créditos. O crédito pessoal e automóvel caiu quase 50% no mês de maio (face ao ano anterior) e o crédito nos cartões caiu 58%. E nos créditos concedidos, os valores são também inferiores aos de 2019. No caso do crédito pessoal, os valores são em média 60% mais baixos que em relação a maio de 2019, no caso do crédito automóvel o valor caiu para metade e nos cartões um valor total 56,8% inferior ao mês de maio do último ano.
Já no que diz respeito às moratórias a particulares, há 600 milhões de euros de u total de 139,7 mil milhões de euros de dívida dos particulares aos oito principais bancos.
A 31 de maio, dos mais de 688 mil contratos abrangidos pelas moratórias, 171.817 diziam respeito a contratos de crédito para aquisição de habitação própria permanente (45% do total das moratórias públicas).