A Polícia Federal brasileira realizou 25 mandados de busca e um de prisão esta quarta-feira contra membros de um grupo que praticava o tráfico internacional de armas de fogo do Paraguai para o Brasil, anunciaram fontes oficiais.

Segundo as investigações, os suspeitos faziam a “importação, transporte e consignação de armas de fogo e acessórios” que foram comprados no Paraguai e posteriormente eram distribuídos em vários estados brasileiros.

Cerca de 130 polícias realizaram ordens de busca e apreensão em oito estados brasileiros, incluindo o Paraná, onde está a fronteira mais visitada entre o Brasil, Paraguai e a Argentina e um dos principais pontos de entrada de armas ilegais no país, além de São Paulo e do Rio de Janeiro.

As autoridades locais apontaram que entre os acessórios comercializados pelos investigados estão pistolas de brinquedo usadas para a prática de desportos radicais, mas que foram transformadas em “armas reais” e funcionavam como “uma espécie de submetralhadora”.

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A importação deste acessório foi realizada ilegalmente, sem os certificados necessários e vendida em plataformas virtuais sem notas fiscais”, frisaram as autoridades.

Os investigados serão acusados dos crimes de tráfico internacional de armas, associação para cometer crimes, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

A operação ocorre quando o Brasil regista um aumento expressivo no registo de armas de fogo, em linha com o relaxamento das regras sobre a posse de armas permitido pelo Presidente do país, Jair Bolsonaro.

Desde que assumiu o poder, em 1 de janeiro de 2019, Bolsonaro, líder da extrema-direita e que assume uma posição em favor da legalização das armas, editou várias medidas destinadas a facilitar a aquisição e o registo de armas de fogo por civis.

Segundo um relatório divulgado pela Polícia Federal, a venda de armas de fogo triplicou nos primeiros seis meses do ano em comparação com o primeiro semestre de 2019.

Entre janeiro e junho, 73.985 pedidos para novos registos foram notificados, número bem maior do que os 24.663 pedidos feitos no mesmo período do ano passado.

O mesmo relatório da polícia brasileira mostrou que 62% destas armas foram compradas por cidadãos comuns.