O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, prometeu esta quarta-feira, em Felgueiras, que Portugal vai defender que produtores de calçado extracomunitários cumpram as mesmas regras ambientais e sociais impostas aos empresários da União Europeia.

Temos defendido que a concorrência dos mercados abertos é importante, mas que se deve fazer de acordo com regras iguais para todos”, afirmou o governante, falando para dezenas de dirigentes do setor do calçado, que esta quarta-feira se reuniram na cerimónia de posse dos órgãos sociais da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS).

Pedro Siza Vieira sublinhou ser “necessário proteger o acesso ao mercado interno por parte daqueles que não cumprem as mesmas regras”, insistindo que “as exigências sociais e laborais tão importantes para assegurar a prosperidade da comunidade não são aquelas que concorrentes de fora da união enfrentam”.

O governante assinalou que essa reivindicação consta do programa do trio de presidências da União Europeia, por iniciativa portuguesa, no contexto da revisão das linhas gerais da política comercial e industrial europeia.

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Antes do ministro, a questão tinha sido abordada pelo presidente da APICCAPS, Luís Onofre, que esta quarta-feira tomou posse para o seu segundo mandato.

Não faz sentido facilitar a entrada no mercado português a competidores que, em muitos dos casos, não cumprem as exigentes regras ambientais e sociais”, afirmou no seu discurso, recordando que “a Europa permite a entrada de calçado no seu espaço de dez dos vinte maiores produtores mundiais, em condições especiais”.

Por isso, “a APICCAPS e a Confederação Europeia do Calçado têm trabalhado em conjunto para alterar o Sistema de Preferências Generalizadas da União Europeia. Trabalho esse que não tem sido fácil, como podem imaginar”, acentuou.

Luís Onofre defendeu, também, a necessidade de Portugal “tomar a liderança internacional da indústria do calçado, através de um aumento do investimento em marketing e promoção externa”.

Não nos podemos resignar a ser os segundos melhores. Temos de ter produtos tão bons como os melhores. E temos de os promover intensamente”, concluiu.