O processo participativo para a requalificação do Martim Moniz, que arrancará com uma primeira fase de auscultação depois do verão, foi esta quarta-feira aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal de Lisboa.

A proposta, subscrita pelo vereador responsável pelo pelouro do Urbanismo, Ricardo Veludo (Cidadãos por Lisboa, eleito nas listas do PS), e que mereceu elogios de todas as forças políticas (com PSD, PCP e BE a subscrever o texto), prevê que sejam “incorporadas as preocupações, desejos e ideias da população, moradores e utilizadores”.

Segundo a proposta, e conforme explicou na semana passada Ricardo Veludo durante uma reunião da Assembleia Municipal, em primeiro lugar decorrerá “uma etapa de auscultação pública, livre, em que qualquer pessoa” pode enviar à autarquia, “pela internet ou por escrito, as suas propostas e as suas preocupações”.

A autarquia deverá ainda “ouvir em profundidade, em estudos qualitativos, aquilo que são as inquietações, as preocupações e os desejos dos vários utilizadores” daquela praça e será organizada uma exposição pública, assim como um vídeo documental, materiais que depois serão disponibilizados em pelo menos dois idiomas.

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Com base nisso, será produzido um relatório pelos serviços de Urbanismo e de participação pública, para sistematizar, codificar numa proposta de objetivos e de programa funcional para esta praça, e que será submetida à apreciação da câmara, depois de ouvir o parecer da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, ainda segundo o vereador responsável pelo pelouro do Urbanismo.

Depois, segue-se outra etapa de participação pública, para todos os que queiram concretizar esse programa “com soluções desenhadas”, nomeadamente cidadãos, arquitetos urbanistas, engenheiros ou ecologistas.

Seguir-se-á um novo relatório, também sujeito a parecer da junta de freguesia e à aprovação do executivo camarário, e que dará origem a um caderno de encargos para um concurso público internacional, onde será escolhido o projeto e depois um novo concurso para a obra.

Em julho do ano passado, o presidente da câmara, Fernando Medina (PS), anunciou que o projeto que previa a construção de estabelecimentos comerciais em contentores não iria avançar e que seria iniciado um processo de concurso de ideias.

A obra prevista foi muito criticada durante vários meses por moradores e autarcas da capital, tendo sido inclusivamente criado um movimento que exigia um jardim para aquele espaço.