O segundo voo operacional da aeronave Crew Dragon da SpaceX designou o astronauta francês Thomas Pesquet para efetuar o voo, o que o torna no primeiro europeu “a voar na nova geração de naves tripuladas nos EUA”.

Estou entusiasmado por ser o primeiro europeu a voar na nova geração de naves tripuladas dos EUA,” diz Thomas. “Será mais interessante para mim comparar com o meu primeiro voo como piloto da Soyuz e trazer essa experiência para a equipa”.

Pesquet poderá, assim, trazer para a equipa os conhecimentos e experiência que já possui a bordo da Soyuz, as naves que têm servido a Estação Espacial Internacional há vários anos.

Thomas é o primeiro astronauta europeu a voar para a Estação Espacial Internacional num veículo Crew Dragon. Isto mostra que, mesmo ao usar uma sonda comercial construída nos EUA, o caráter internacional dos voos espaciais humanos ainda se mantém. A estreita colaboração entre os parceiros da Estação Espacial NASA, JAXA, CSA, Roscosmos e ESA eram fortes no passado, continuam muito fortes hoje e continuarão a sê-lo no futuro”, comentou o Diretor-Geral da ESA, Jan Wörner.

O astronauta francês já começou os treinos para a nova aeronave, mas num simulador. Estima-se que Pesquet terá uma estadia de seis meses a bordo da Estação Espacial Internacional.

Em relação à última missão do astronauta, há algumas mudanças a registar, como o aumento da tripulação (passam de 6 para 7 membros).

A escolha do europeu Thomas Pesquet representa o primeiro lançamento de um astronauta europeu pelos EUA em quase dez anos, após Roberto Vittori ter viajado no Vaivém Espacial Endeavour, em 2011.

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As novas missões vão concretizar-se devido ao programa de exploração europeu concretizado pelos ministros do Space19+, em Sevilha.

Com um aumento de 30% no investimento anual, pretendemos que todos os membros atuais do Corpo Europeu de Astronautas façam uma segunda missão na Estação Espacial, em devido tempo”, acrescentou David Parker, Diretor de Exploração humana e Robótica da ESA.

Esta segunda missão de Pesquet à Estação Espacial Internacional vai ter a designação Alpha, uma associação direta a Alpha Centauri, o sistema estelar mais próximo da Terra, confirmando a tradição francesa de nomear missões espaciais com estrelas ou constelações.

Alpha foi também a denominação original da Estação Espacial Internacional e atualmente ainda é usada como indicativo de chamada de rádio.

Tem uma ligação à minha primeira missão, Proxima, pois as estrelas pertencem ao mesmo sistema próximo à Terra e, portanto, transmitem a mesma ideia de proximidade (como a investigação espacial para pessoas na Terra) e uma ideia de continuação do meu trabalho. Alpha, uma letra grega, é também amplamente usada em matemática, ciências e tecnologia. E, como a primeira letra do alfabeto, muitas vezes é sinónimo da excelência que tentamos alcançar na exploração espacial”, afirmou Thomas Pesquet.

O emblema da missão será representado pelo lançamento de um foguetão – momento mais dramático de todas as missões espaciais. À volta deste foguetão estarão as 17 cores que representam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Esta missão é a primeira em que um europeu voa para a Estação Espacial no Crew Dragon, tornando-a ainda mais especial, enquanto garante que a investigação para o benefício da humanidade continua sempre acima das nossas cabeças”, disse Frank De Winne, Comandante da Expedição 21 da Estação Espacial e Diretor do Centro Europeu de Astronautas em Colónia, Alemanha.