O movimento MUDAR, uma tendência sindical do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), exigiu esta quinta-feira eleições antecipadas no sindicato após a demissão de Rui Riso da presidência e quer que o Ministério Público investigue suspeitas de crimes.

A Lusa noticiou na terça-feira que Rui Riso se demitiu de presidente do SIBS, tendo o próprio atribuído a saída da liderança (continua como vogal da direção) a questões político-sindicais internas.

Nos últimos meses, o clima de conflito no interior do sindicato adensou-se com manifestações de reformados a propósito do fecho dos serviços médicos SAMS no início da crise pandémica e depois de uma reportagem da SIC em que a gestão Riso era alvo de críticas de associados.

O socialista Rui Riso tinha sido reeleito para um novo mandato de quatro anos do SBSI, em abril de 2019, mantendo a coligação entre a tendência sindical socialista e a social-democrata.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, o MUDAR – Movimento de Unidade Democracia e Ação Reivindicativa (uma tendência sindical do SBSI, oposta às tendências socialista e social-democrata) considera que Rui Riso “personifica uma orientação político-sindical que levou à destruição dos principais direitos contratuais dos bancários” e que os dirigentes dos SBSI “constituem uma associação de incompetentes e cúmplices e, por isso, a responsabilidade das situações criadas é do presidente e daqueles”.

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Assim, o MUDAR exige eleições antecipadas para eleição de novos dirigentes.

Os bancários não podem deixar fragilizar ainda mais o SAMS e o sindicato. Temos de nos unir e conformar uma lista de competências para novas eleições, para reerguer o SBSI e defender os SAMS, para recuperar direitos retirados, para enfrentar os abusos que, por seu turno, os banqueiros se preparam para infligir”, lê-se no comunicado.

Esta tendência sindical do SBSI defende ainda que “o Ministério Público tem de se encarregar de investigar todas as suspeitas” sobre eventuais crimes que tenham sido praticados no SBSI.

Contactado pela Lusa, o membro do MUDAR António Grosso disse que o movimento está a preparar documentação para enviar ao Ministério Público sobre a direção presidida por Rui Riso com vários casos que consideram suspeitos, incluindo relativos a favorecimentos de familiares.

O MUDAR pediu ainda certificação legal das contas do sindicato de 2019, referindo no comunicado que ainda não lhe foi entregue, apesar de ser seu direito ter conhecimento dessa documentação.