O líder do PSD afastou esta quinta-feira a hipótese da criação de um “Bloco Central” PS/PSD como solução governativa, e só compreende que se fale tanto desse assunto, “porque não haverá outros, o que é bom”.

O primeiro-ministro já disse que o Orçamento de Estado de 2021 vai ser preparado com o PCP e Bloco de Esquerda e, por isso, não sei porque estão sempre a falar do bloco central. É porque não haverá outros assuntos, o que também é bom, antes isso que coisa pior”, disse Rui Rio aos jornalistas, à margem de uma reunião com profissionais de saúde, em Portimão, no Algarve.

A reação do líder social-democrata surgiu depois de ter sido questionado sobre a entrevista do primeiro-ministro à revista Visão, na qual António Costa voltou volta a rejeitar uma solução de “Bloco Central” PS/PSD para o país, insistindo na aproximação política às forças à esquerda dos socialistas.

O Bloco Central foi uma realidade que aconteceu numa circunstância muito própria e específica, e seria um erro proceder à sua reedição. Esta discussão sobre o Bloco Central é desnecessária: procurar o Bloco Central é a mesma coisa que andar à procura de gambozinos. É um mito urbano, mas que não está aí para se concretizar”, afirmou António Costa.

Rui Rio ironizou com a expressão utilizada pelo primeiro-ministro e disse desconhecer “se o Bloco Central se vai à procura com um saco, tal como se faz nos gambozinos”.

É no escuro à noite e com um saco, pede-se ao gambozino para vir ao saco e o gambozino virá ao saco ou não. Se andarem também com um saco a pedirem o Bloco Central, mesmo de noite ou de dia, penso que o bloco central não cai no saco”, assegurou.

Rio considerou que o facto de o PSD se ter abstido na votação para deixar passar o orçamento suplementar do Governo e posição idêntica ter tido o PS para viabilizar a proposta do PSD de apoio aos sócios-gerentes no quadro da pandemia da Covid-19, “não é um Bloco Central, como foi automaticamente classificado por doutos comentadores”.

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Se o conceito for esse, então temos Bloco Central à direita, à esquerda. Temos blocos todos os dias”, sublinhou.

O líder do PSD acrescentou que, neste momento, não vê qualquer necessidade de ser criado um Bloco Central, cujo conceito considera ser o de um “governo nacional integrar elementos do PSD e do PS, independentemente de o primeiro-ministro ser de um ou outro partido consoante os resultados eleitorais vierem a ditar”.

O líder social-democrata terminou esta quinta-feira uma visita de dois dias ao Algarve, região onde manteve encontros com empresários e representantes de vários setores de atividade e serviços, de forma, segundo disse, a que possa formalizar uma opinião e apresentar medidas para atenuar os problemas económicos de uma das maiores regiões turísticas do país, afetada pela pandemia da Covid-19.