Seis jogos, três vitórias, duas derrotas e um empate. Uma final perdida, a confirmação da perda de um título e a reta final de uma temporada atípica, sofrida e curta. Nélson Veríssimo pegou interinamente na equipa no início de julho depois da saída de Bruno Lage, ganhou ao Boavista na Luz e segurou o cargo até ao final da época, cumprindo os últimos jogos já com a certeza de que será substituído por Jorge Jesus no próximo ano. De forma ingrata e injusta, o nome de Veríssimo acaba por estar associado à fase mais complicada que o Benfica teve de atravessar esta temporada: entre a confirmação do título do FC Porto e a derrota deste sábado na final da Taça de Portugal.

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Mesmo em superioridade numérica, o Benfica não conseguiu capitalizar essa vantagem teórica e perdeu a final em pouco mais de 10 minutos, com dois golos de Mbemba. Ainda assim, e na flash interview, Veríssimo recusou-se a aceitar que este jogo seja a imagem da “impotência” encarnada. “Não concordo com essa análise. Na primeira parte foi um jogo equilibrado e quando o FC Porto ficou com menos um tivemos dificuldades em encontrar os caminhos, fruto dos posicionamentos do FC Porto. Depois começámos a sofrer o segundo golo e tivemos de ir em busca do resultado. Um remate enquadrado apenas ao cabo de uma hora? Tivemos dificuldades em encontrar os caminhos para a baliza. O FC Porto com menos um fechou os caminhos. Mas mesmo na desvantagem fomos à procura do resultado”, defendeu o técnico, que explicou depois que as bolas paradas, que acabaram por estar na origem dos dois golos dos dragões, foram muito trabalhadas nos treinos durante a época.

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“Sofremos dois golos de bola parada. Temos trabalhado muito isso durante a época, ainda mais agora, pois sabíamos que era um ponto forte do FC Porto. Mas não tenho ainda noção do que correu mal, tenho de ver as imagens”, reconheceu Veríssimo, que garantiu ter visto sempre a equipa “focada nos objetivos semanais”. Sobre que equipa vai deixar a Jorge Jesus, que é a partir de agora o treinador encarnado, o antigo adjunto de Lage disse querer ainda “refletir” sobre este jogo e sobre a época mas atirou uma frase que não deixa de parecer algo esmorecida: “É a equipa que temos”.

Nélson Veríssimo despede-se do comando técnico da equipa principal do Benfica com mais uma derrota, mais uma desilusão e mais um obstáculo no caminho que Luís Filipe Vieira ainda terá de fazer até às eleições de outubro. Se Veríssimo fica ou não nas estrutura encarnada com a chegada de Jorge Jesus, ainda ninguém sabe: mas o treinador fez questão de referir, na conferência de imprensa, que já desejou “todo o sucesso” a Jesus porque a felicidade de Jesus “é a felicidade de todos os benfiquistas”.