A Infraestruturas de Portugal (IP) “deu cumprimento a todas as recomendações” do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF), garantiu esta segunda-feira António Laranjo, presidente da empresa pública, em conferência de imprensa.

A reação surge depois de o jornal Público ter revelado que o GPIAAF já tinha feito, em 2018, um conjunto de recomendações para evitar acidentes ligados ao desrespeito por sinais vermelhos, depois de um comboio ter embatido, em 2016, num camião que não conseguiu manobrar a tempo de sair da via. Entre essas recomendações estavam o aumento da temporização entre o aviso de chegada de um comboio e o momento em que as barreiras fecham.

Na passada sexta-feira, um comboio alfa-pendular da CP embateu num veículo da Infraestruturas de Portugal (IP), que fazia a manutenção da via, depois de não ter respeitado um sinal vermelho em Soure, Coimbra. O acidente provocou duas mortes, oito feridos graves e 36 feridos ligeiros. Três pessoas permanecem internadas, nomeadamente o maquinista do alfa-pendular, que está em “situação estável, a evoluir favoravelmente”. Fazia o percurso Lisboa-Braga.

Foi aberta uma investigação interna para apurar as causas e as responsabilidades do acidente. “Agiremos em conformidade”, disse António Laranjo. O presidente da IP garante que a linha do Norte está dotada de “mecanismos modernos de segurança”, mas que não impediram o acidente.

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Sobre as causas do acidente, António Laranjo diz que “neste momento, não nos devemos pronunciar sobre as causas do acidente”, até que a investigação esteja completa. “Queremos afirmar que a IP deu cumprimento a todas as recomendações” do GPIAAF, disse.

Luísa Garcia, do departamento de Segurança da IP, garantiu que todos “os trabalhadores com funções de condução de veículos especiais têm carta de maquinistas”, tendo, de 2017 a 2019, sido realizadas 18 mil horas de formação. Além disso, o maquinista é sempre acompanhado por um segundo maquinista. “A IP sempre cumpriu e continua a cumprir os princípios e regras de segurança do sistema ferroviário, sendo que a expedição do veiculo [de manutenção] só é permitida quando todo o itinerário está livre”.

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